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Os imóveis de um quarto atingiram, em 2001, sua menor área útil em dez anos: 30,47 m2 (média). "O fenômeno se deve, em parte, à enxurrada de lançamentos de flats e hotéis como unidades habitacionais naquele ano", explica Luiz Paulo Pompéia, da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).
De um modo geral, a diminuição da área dos apartamentos se explica pelo aumento no preço dos terrenos, que foram rareando ao longo do tempo. "Se o preço dos imóveis subisse proporcionalmente ao dos terrenos, ninguém poderia comprar", diz a vice-presidente da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), Elizabeth Goldfarb.
"Não adianta fazer um dois-dormitórios com 70 m2 porque vai ter de custar R$ 120 mil, e poucos têm dinheiro para comprar", analisa. Para ela, no entanto, o mercado criou muitas opções para enfrentar essa realidade. "A falta de espaço melhorou os projetos, com soluções criativas inclusive na área moveleira", afirma.

Falta de espaço
"Hoje o mercado oferece muitos guarda-roupas de duas ou três portas, coisa que não existia antes", confirma Pedro Benvindo Rodrigues, presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário de Mirassol (região cuja maioria da produção é vendida para as lojas da capital). "Também houve uma popularização das peças agregadas com múltiplas funções."
""As opções para a falta de espaço são infinitas", opina Esther Schattan, sócia-diretora da Ornare. Especialista em criar soluções para ambientes pequenos, a empresa tem parceria com várias construtoras. "Mesmo nas regiões mais nobres, os espaços diminuíram porque as pessoas passam pouco tempo em casa."
A Ornare faz armários com qualquer tipo de porta ou sem nenhuma. "Por causa dos espaços exíguos, desenvolvemos uma tecnologia que reduz o barulho das dobradiças." As dicas são várias, como colocar espelhos nas portas dos armários, para ampliar a impressão de espaço, ou trocar criado-mudo por gaveteiro. (RGV)


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