São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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EM CHOQUE

A orientação de um eletricista é aconselhável; em último caso, pode-se reaver o prejuízo acionando a Justiça

Compra de imóvel usado exige atenção dobrada na vistoria

DA REPORTAGEM LOCAL

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nem tudo está perdido para quem vai comprar um imóvel usado e não quer "entrar em curto-circuito". Com a orientação de especialistas e atenção aos detalhes na hora de vistoriar o local, é possível realizar uma compra "sem ganhar uma dor de cabeça".
A primeira recomendação é visitar a futura residência acompanhado de um eletricista. "Defeitos elétricos, em geral, estão escondidos, e só um perito pode reconhecê-los", explica Orlando Filho, presidente do Sciesp (sindicato dos corretores de imóveis).
O próprio comprador pode ficar atento a alguns detalhes (veja quadro ao lado): "Ele deve verificar se a sala tem pelo menos cinco tomadas, pois é o local em que há mais sobrecarga de energia", exemplifica Eduardo Martinho, coordenador do Procobre.
Outra alternativa para quem quiser comprovar que a instalação elétrica está em ordem são as entidades credenciadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), que, desde novembro do ano passado, inspecionam e emitem um certificado de segurança e qualidade do imóvel.
"Além da garantia de segurança, existe a possibilidade de redução no valor a ser pago à seguradora, já que o risco de incêndios diminui", avisa o engenheiro eletricista Paulo Barreto, 44, um dos idealizadores do certificado.
À espera apenas da aprovação final, em breve, segundo Barreto, o projeto poderá contar com o auxílio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), "pois só o Inmetro não conseguiria atender aos objetivos finais do processo".
Enquanto não sai a parceria, a primeira autorizada a emitir o certificado -a Fundação Carlos Alberto Vanzolini (ligada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo)- cobra, para um imóvel médio, cerca de R$ 150.

Maquiagem
Já para quem vai vender um imóvel cuja fiação não é "das mais confiáveis", uma dica importante é não maquiar a reforma, indica Manoel Messias Teixeira, 58, sócio da Messias Imóveis. "Senão, mais tarde, ele pode ter de pagar uma indenização ao atual morador. Ou faz uma reforma séria ou deixa como está e abate os reparos necessários do preço final."
Em último caso, quem já comprou um imóvel novo pode, na Justiça, tentar reaver o prejuízo, embasado na norma 5.410 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
No caso de usados, a saída é tentar comprovar o vício redibitório do imóvel, ou seja, anular judicialmente o contrato por causa de defeitos ocultos, diz Roberto Koverovas, 47, diretor de vendas da imobiliária Bamberg.(APO E CA)


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