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ANÁLISE
Valorização do bairro define se aluguel é mais vantajoso
RICARDO HUMBERTO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Imaginem as manchetes
em todas as mídias: metro
quadrado de imóveis na cidade de São Paulo atinge
preço médio de US$ 10 mil.
Estaríamos então diante de
um prenúncio de bolha?
Atualmente os imóveis novos já estão sendo negociados, em alguns casos, a
R$ 12 mil o metro quadrado,
em bairros mais sofisticados
da cidade.
Em razão dessa valorização dos imóveis, as pessoas
se perguntam: ainda vale a
pena financiar a compra de
um imóvel? Seria melhor inicialmente morar de aluguel?
Uma reflexão a ser feita
implica a análise de alguns
pontos. O primeiro: você consegue poupar a diferença entre o valor da prestação do
imóvel e o valor do aluguel?
Imagine um financiamento de R$ 2.500 mensais por
dez anos, sendo que o mesmo imóvel pode ser alugado
por R$ 1.500.
Se os R$ 1.000 forem poupados mensalmente a juros
de ao menos 0,5% ao mês,
após dez anos esse indivíduo
acumularia R$ 163.879.34,
além de não desembolsar R$
300 mil no financiamento.
Essa decisão aparentemente foi correta, mas, se a
pessoa não tiver a disciplina
de poupar, não terá nem o
imóvel nem o dinheiro.
A segunda questão a considerar é a localização do
imóvel que você decide comprar em comparação com a
localização do bem alugado.
Muitas vezes conseguimos
uma melhor localização do
imóvel alugado comparativamente à do imóvel que vamos financiar e, dessa forma,
podemos eventualmente
economizar no custo de
transporte, evitar um segundo automóvel e todos os custos e impostos inerentes à
manutenção de veículos.
Finalmente, é necessário
observar a expectativa de valorização do imóvel no curto
e no médio prazos.
Se a valorização for muito
expressiva em um curto espaço de tempo, essa decisão
de alugar pode não ser a mais
adequada; esse é o risco dessa alternativa.
A pressão pela compra da
casa própria existe em todo o
mundo, simboliza a vontade
do indivíduo de ter o seu próprio espaço, dar segurança a
sua família, portanto um direito e um sonho de consumo
legítimo. Entretanto, a compra não adequada trará
consequências nada agradáveis no dia seguinte.
Ricardo Humberto Rocha é doutor em
administração pela FEA-USP (Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de São Paulo) e professor
de finanças do Insper (Instituto de Ensino e
Pesquisa)
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