São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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ANÁLISE

Valorização do bairro define se aluguel é mais vantajoso

RICARDO HUMBERTO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Imaginem as manchetes em todas as mídias: metro quadrado de imóveis na cidade de São Paulo atinge preço médio de US$ 10 mil. Estaríamos então diante de um prenúncio de bolha?
Atualmente os imóveis novos já estão sendo negociados, em alguns casos, a R$ 12 mil o metro quadrado, em bairros mais sofisticados da cidade.
Em razão dessa valorização dos imóveis, as pessoas se perguntam: ainda vale a pena financiar a compra de um imóvel? Seria melhor inicialmente morar de aluguel?
Uma reflexão a ser feita implica a análise de alguns pontos. O primeiro: você consegue poupar a diferença entre o valor da prestação do imóvel e o valor do aluguel?
Imagine um financiamento de R$ 2.500 mensais por dez anos, sendo que o mesmo imóvel pode ser alugado por R$ 1.500.
Se os R$ 1.000 forem poupados mensalmente a juros de ao menos 0,5% ao mês, após dez anos esse indivíduo acumularia R$ 163.879.34, além de não desembolsar R$ 300 mil no financiamento.
Essa decisão aparentemente foi correta, mas, se a pessoa não tiver a disciplina de poupar, não terá nem o imóvel nem o dinheiro.
A segunda questão a considerar é a localização do imóvel que você decide comprar em comparação com a localização do bem alugado.
Muitas vezes conseguimos uma melhor localização do imóvel alugado comparativamente à do imóvel que vamos financiar e, dessa forma, podemos eventualmente economizar no custo de transporte, evitar um segundo automóvel e todos os custos e impostos inerentes à manutenção de veículos.
Finalmente, é necessário observar a expectativa de valorização do imóvel no curto e no médio prazos.
Se a valorização for muito expressiva em um curto espaço de tempo, essa decisão de alugar pode não ser a mais adequada; esse é o risco dessa alternativa.
A pressão pela compra da casa própria existe em todo o mundo, simboliza a vontade do indivíduo de ter o seu próprio espaço, dar segurança a sua família, portanto um direito e um sonho de consumo legítimo. Entretanto, a compra não adequada trará consequências nada agradáveis no dia seguinte.


Ricardo Humberto Rocha é doutor em administração pela FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e professor de finanças do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa)


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