São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Trânsito, urbanismo e zoneamento preocupam

Bairros combatem a própria decadência na Consolação

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os moradores do distrito da Consolação -que abrange os bairros Consolação, Higienópolis e Pacaembu- convivem diariamente com o que julgam ser o principal desafio do plano regional: a degradação das ruas e avenidas, bem como dos imóveis.
Entre as principais causas da decadência, que atinge alguns dos bairros mais tradicionais na região central de São Paulo, estão a péssima conservação das calçadas, a poluição visual e o excesso de camelôs e vendedores ambulantes. Outra queixa é a proliferação de imóveis irregulares onde o zoneamento não permite.
"Estamos desenvolvendo projetos para requalificar o distrito e recuperar as áreas deterioradas", afirma o economista Edison Farah, 56, presidente da Bairro Vivo Agência de Preservação Urbana.
Um exemplo é o Bulevar Augusta, que propõe limpeza das fachadas, recomposição das calçadas e substituição das linhas de trólebus por microônibus.
Na opinião do conselheiro do Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras) Cláudio Bernardes, o projeto é interessante e viável, salvo o cuidado com a questão do transporte. "O número de ônibus não deve diminuir. Talvez seja preciso transferir o transporte para outro local."
Para os moradores de Higienópolis, a degradação não chega a ser um problema. "Aqui a fiscalização funciona bem, e o zoneamento é respeitado na maioria das ruas. Nossos problemas hoje são o trânsito e a segurança", diz a consultora Nazire Fernandes.

Corredor
Já no Pacaembu, bairro tombado pelo Conpresp e pelo Condephaat (órgãos oficiais de defesa do patrimônio), moradores e comerciantes vão discutir no plano o futuro da avenida Pacaembu -um corredor de serviços que atualmente é tomado pelo comércio.
"A avenida Pacaembu é um corredor de passagem e não pode atrair trânsito local. Existem ali 157 imóveis, mas 30 estão irregulares e desrespeitam o zoneamento", aponta Iênidis Benfati, 58, presidente da associação Viva Pacaembu por São Paulo. Segundo ela, outro problema surge do comércio ilegal, que "coloca grandes placas de propaganda e descaracteriza o tombamento da região".
"Queremos regulamentar a avenida como corredor comercial e já enviamos um projeto de reurbanização para as subprefeituras da Sé e da Lapa", contra-ataca Roberto Marques, 40, da Associação de Comerciantes. O projeto, de acordo com o advogado, contém propostas de aspecto visual, urbano e paisagístico. "Poderia agradar a moradores e a comerciantes." (MONICA FAVERO)



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