São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

A abertura de uma nova via, cortando a favela Paraisópolis, será proposta por moradores

Congestionamentos "agitam" o Morumbi

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ao menos uma movimentação os congestionamentos estão conseguindo causar nas últimas semanas: a dos moradores do Morumbi empenhados nas discussões de seu plano regional.
O assunto já foi escolhido como prioridade para os debates no distrito de classes média alta e alta, na zona oeste de São Paulo.
"A região foi projetada para ser fechada, em termos urbanísticos, mas hoje é um bairro de passagem, o que aumenta demais o trânsito local", diz Aloysio Camargo Filho, 58, diretor da Associação de Segurança e Cidadania.
Outro agravante para o trânsito é o número de escolas: sete particulares e duas públicas, mais as de distritos vizinhos. "Nos horários de entrada e saída de alunos, leva-se uma hora para cruzar a av. Giovanni Gronchi", protesta Paulo Uehara, da Sociedade Amigos do Morumbi.
Na visão do arquiteto Rogério Batagliesi, 50, da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), o número de pontes seria mais um agravante. "É muito pequeno para o volume de carros que trafegam pela região."
A fim de resolver parte do problema, as associações desenvolveram um projeto urbanístico que deverá ser uma das polêmicas do plano regional: uma via paralela à Giovanni Gronchi, que passaria pela favela Paraisópolis. "Essa avenida poderia diluir o trânsito sem prejudicar os moradores do local", afirma Camargo Filho.
A favela é outra prioridade para o Morumbi, por se tratar de uma área que oferece pouca infra-estrutura aos moradores e que necessita de um programa de urbanismo e de integração.

Escuridão e enchentes
Outro problema apontado pelos moradores é a iluminação das ruas, qualificada como falha e deficiente. "Atualmente, os postes estão distantes e utilizam lâmpadas de apenas 125 watts, o que compromete a segurança do bairro", diz o físico Lauro Pires, que mora no Morumbi há 13 anos.
As inundações que ocorrem próximo ao estádio Cícero Pompeu de Toledo também fazem parte da polêmica. "Como o córrego Antonico não é canalizado no trecho próximo ao colégio Porto Seguro, a água transborda e desce até a sede do São Paulo Futebol Clube, onde já existe canalização", explica Camargo Filho.
"Durante as discussões para o Plano Regional, vamos enfatizar a necessidade de canalizar toda a área e redimensionar a galeria."
(MONICA FAVERO)


Associações de Moradores:
Associação de Segurança e Cidadania: 0/xx/11/ 3742-1781; Bairro Vivo Agência de Preservação Urbana: 0/xx/11/3259-1002; Viva Pacaembu por São Paulo: vivapac@uol.com.br; Sociedade Amigos da Cidade Jardim: 0/xx/11/3846-0615; Sociedade Amigos do Morumbi e Vila Suzana: 0/xx/11/3501-6347




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