São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

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MERCADO

Das 93 unidades lançadas na r. Fernandes de Abreu, Itaim, 73 foram vendidas; preços vão de R$ 1,6 milhão a R$ 4,2 milhões

Milionários têm novo endereço na cidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Boa notícia para quem procura um imóvel valorizado e bem localizado: a apenas uma quadra do cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Juscelino Kubitschek, existe uma rua segura, tranquila e sem trânsito, que lembra uma cidadezinha do interior.
A má notícia é que esse privilégio é de pouquíssimos. Para viver nesse oásis chamado rua Fernandes de Abreu, no meio do badalado bairro do Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo), é preciso ter cacife para pagar preços que vão de R$ 1,6 milhão a R$ 4,2 milhões.
Segundo o Datafolha, o metro quadrado útil na Fernandes de Abreu vale, em média, R$ 5.048, mais do que o dobro da média da cidade, que é de R$ 2.200. Apesar do preço, a procura é grande nos cinco imóveis lançados desde 2001: das 93 unidades colocadas à venda, 73 foram comercializadas.
"As vendas superaram nossas expectativas. Há famílias comprando até duas unidades para fazer um dúplex", afirma Claudio Jordani Filho, 53, diretor da construtora São José. "É chique agora morar lá", diz Ricardo Luna, 35, da Tecnum. O apresentador de TV Luciano Huck já mudou-se, e há rumores que a atriz Cláudia Raia estaira de malas prontas.
"Os compradores são profissionais em ascensão, entre 40 e 50 anos, em busca de status", diz Tomás Salles, diretor da imobiliária Lopes. "Os comerciais de alto padrão atraem quem quer morar ao lado do trabalho", afirma Gonzalo Fernandez, da Fernandez Mera.
A tendência é que a rua inteira seja verticalizada, antecipa o diretor da construtora Company Luiz Rogelio Tolosa. Prova disso é que, conforme a Folha apurou, das 33 casas remanescentes nessa região, pelo menos 25 foram vendidas ou estão em fase de negociação com construtoras e incorporadoras.
A localização é uma das explicações para o sucesso. "É pequena e charmosa, ao mesmo tempo em que é cercada de vias importantes, como marginal Pinheiros, Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Cidade Jardim", opina Eduardo Machado, diretor da Cyrela.
Segundo João D'Avila Neto, diretor da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações, a influência da Operação Urbana Faria Lima foi fundamental para o ressurgimento da Fernandes de Abreu. "Antes, era permitido construir apenas duas vezes o tamanho do terreno. Agora, passou para quatro vezes." (CÁSSIO AOQUI)


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