São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2002

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MERCADO

A Vila Romana é a grande "vedete" do setor, que também aposta na Barra Funda; zona sul manterá crescimento

Construtoras apontam na direção oeste

Roberto Assunção/Folha Imagem
Trecho da Vila Romana visto a partir do dirigível da Goodyear


JULIANA NOGUEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se depender da expectativa de construtoras, incorporadoras e imobiliárias, o horizonte da zona oeste será verticalizado. Segundo enquete com 25 empresas do setor, a região deve ser a que mais vai crescer nos próximos anos.
"Ao sul, São Paulo chega às áreas de mananciais. Ao leste, às indústrias da via Dutra. Ao norte, há a serra da Cantareira. Só resta o oeste, onde a área é ilimitada", diz Gonzalo Fernandez, diretor da imobiliária Fernandez Mera.
Outro fator que deve contribuir com o desenvolvimento da zona oeste como região residencial é o Rodoanel. A obra, que só deve ser concluída em 2006, permite a ligação rodoviária dos centros produtores do interior ao porto de Santos, sem passar por São Paulo.
O trecho oeste tem 25 km e deve ficar pronto até o final do primeiro semestre. Ele faz a ligação das rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. Com isso, a zona oeste será a primeira a sentir os benefícios da obra, com o fim do tráfego de caminhões.

Vedete
Entre Lapa, Pompéia e Perdizes, a pequena e ainda horizontal Vila Romana é a vedete na zona oeste. As razões não surpreendem: boa estrutura de serviços, proximidade de bairros valorizados e, o mais importante, espaço.
"A cidade cresce para onde resta lugar", diz Oscar Segall, diretor-geral da construtora e incorporadora Klabin Segall. "A Vila Romana tem potencial para funcionar como uma continuação de Pompéia, Perdizes e Lapa."
O outro bairro que merece destaque na zona oeste é a Barra Funda. O mesmo processo de urbanização da Vila Olímpia nos últimos anos deve rondar a região nos próximos, afirma Segall.
Com a instalação de um centro comercial onde funcionavam as indústrias da família Matarazzo, o bairro ganha fôlego para receber empreendimentos residenciais.
"A cidade tem muito trânsito. Por isso a melhor alternativa é morar perto da região onde se trabalha", diz Maurício Souen, diretor-comercial da Souen & Nahas.

Zona sul
Novidade na zona oeste, o crescimento imobiliário é regra na zona sul. Nos últimos anos, a região é a que mais tem recebido empreendimentos residenciais e, segundo empresas do setor, tem potencial para crescer ainda mais.
Os dois bairros mais cobiçados têm uma característica comum: ficam às margens do rio Pinheiros. De um lado, o Morumbi. Do outro, a Chácara Santo Antônio.
Sempre associado a luxo e riqueza, o Morumbi está mais "democrático". "Assim como cresce o Panamby, com imóveis de altíssimo padrão, cresce também a Vila Andrade, com apartamentos para a classe média", avalia Cassio Mantelcher, diretor-executivo da construtora Schahin Cury.
Para as construtoras, o atual crescimento do bairro tem como combustível a proximidade com o novo pólo financeiro da cidade, a avenida Luiz Carlos Berrini.
Na mesma velocidade que as empresas da Berrini povoaram as proximidades, a região da Chácara Santo Antônio deve abrigar os executivos das multinacionais instaladas no bairro.
"A Chácara Santo Antônio tem excelente potencial e ainda não foi devidamente explorada pelas construtoras", afirma Rogério Santos, diretor de planejamento e marketing da imobiliária Abyara.
A prefeitura desengavetou o projeto que liga as avenidas Chucri Zaidan e João Dias. Concretizada a obra, que faz parte da Operação Urbana Água Espraiada, a região deve virar uma continuação da Berrini e do Brooklin.
Mesmo antes de o projeto sair do papel, a área já começa a apresentar ares de Manhattan, com a instalação de grandes empresas e bancos, além da Câmara Americana do Comércio e, em breve, do consulado dos Estados Unidos.


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