São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2002

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Flerte com o luxo é coisa do passado em Campo Limpo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não dá para falar de mercado imobiliário em Campo Limpo sem citar o condomínio Horto do Ypê. Quando foi criado, na década de 80, a idéia era fazer um loteamento horizontal de alto padrão, mas a localização não ajudou e o projeto não vingou.
Anos depois, prédios mais populares começaram a ser erguidos. A localização explica isso. A região do Campo Limpo abriga bairros periféricos como Capão Redondo e Jardim Ângela. "Os condomínios são cercados por favelas", diz o estudante Felipe André de Souza, 20, morador do Morumbi Sul, loteamento vizinho.
No início, glebas da área foram compradas pela Adolpho Lindemberg, imobiliária especializada em empreendimentos de alto padrão. Dos quatro residenciais de luxo que seriam lançados, apenas três foram entregues. O último está inacabado até hoje.
"Atualmente, o condomínio abriga famílias em casas com terrenos de 800 m2 e outras, em apartamentos de 27 m2", diz José Feitosa de Andrade Filho, presidente da Associação Horto do Ypê.
Localizado ao lado da estrada do Campo Limpo, o condomínio tem mais de 400 mil m2. Há mais empreendimentos em construção do que já habitados.

Reformulação
A razão do crescimento da região pode ser creditada a obras recentes, como a avenida Carlos Caldeira Filho, os terminais de ônibus João Dias e Capelinha, o hospital Campo Limpo e a extensão do metrô, que deve ser inaugurada nos próximos dois anos.
Mas a expectativa de progresso não funcionou para Mauro de Souza, 34. Ele apostou suas economias em uma banca de jornal. "Acreditei que o metrô melhoraria o bairro, mas demorou muito para acontecer, e o deslocamento estava saindo muito caro", diz Souza, que mora em Santana, na zona norte. A banca foi vendida.
A falta de serviços nos arredores é outro problema levantado pelos moradores. "Se precisarmos de uma padaria, é preciso pegar o carro", reclama a estudante Marcia Moraes, 18, que mora no loteamento há um ano e meio.
A esperança da população é de que o crescimento dos condomínios traga um centro comercial, como o do Morumbi Sul. (JN)



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