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Flerte com o luxo é
coisa do passado
em Campo Limpo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Não dá para falar de mercado
imobiliário em Campo Limpo
sem citar o condomínio Horto do
Ypê. Quando foi criado, na década de 80, a idéia era fazer um loteamento horizontal de alto padrão, mas a localização não ajudou e o projeto não vingou.
Anos depois, prédios mais populares começaram a ser erguidos. A localização explica isso. A
região do Campo Limpo abriga
bairros periféricos como Capão
Redondo e Jardim Ângela. "Os
condomínios são cercados por favelas", diz o estudante Felipe André de Souza, 20, morador do Morumbi Sul, loteamento vizinho.
No início, glebas da área foram
compradas pela Adolpho Lindemberg, imobiliária especializada em empreendimentos de alto
padrão. Dos quatro residenciais
de luxo que seriam lançados, apenas três foram entregues. O último está inacabado até hoje.
"Atualmente, o condomínio
abriga famílias em casas com terrenos de 800 m2 e outras, em apartamentos de 27 m2", diz José Feitosa de Andrade Filho, presidente
da Associação Horto do Ypê.
Localizado ao lado da estrada
do Campo Limpo, o condomínio
tem mais de 400 mil m2. Há mais
empreendimentos em construção
do que já habitados.
Reformulação
A razão do crescimento da região pode ser creditada a obras recentes, como a avenida Carlos
Caldeira Filho, os terminais de
ônibus João Dias e Capelinha, o
hospital Campo Limpo e a extensão do metrô, que deve ser inaugurada nos próximos dois anos.
Mas a expectativa de progresso
não funcionou para Mauro de
Souza, 34. Ele apostou suas economias em uma banca de jornal.
"Acreditei que o metrô melhoraria o bairro, mas demorou muito
para acontecer, e o deslocamento
estava saindo muito caro", diz
Souza, que mora em Santana, na
zona norte. A banca foi vendida.
A falta de serviços nos arredores
é outro problema levantado pelos
moradores. "Se precisarmos de
uma padaria, é preciso pegar o
carro", reclama a estudante Marcia Moraes, 18, que mora no loteamento há um ano e meio.
A esperança da população é de
que o crescimento dos condomínios traga um centro comercial,
como o do Morumbi Sul.
(JN)
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