São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 1998

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OPINIÃO
O futuro da inteligência dos edifícios

EDO ROCHA

Da década de 80 até hoje, as mudanças na concepção dos edifícios foram afetadas por três vetores: 1) o computador e as mudanças tecnológicas de comunicação e informação; 2) a mudança das funções dos usuários decorrentes das estruturas funcionais e administrativas da empresa; 3) a evolução da indústria e a mudança da qualidade dos materiais.
Os edifícios atualmente chamados de inteligentes devem ter em seu conceito no mínimo três pontos: as características da inteligência do projeto, as facilidades de instalação da infra-estrutura e comunicações e o custo do uso e a economia de energia.
A avaliação de todos esses itens é algo extenso e complexo, porém não é difícil entender que o homem mudou em função do computador. Isso acrescentou tarefas novas e fez com que se repensasse a rotina de trabalho. Os equipamentos requerem, além de nova infra-estrutura de tomadas, telefones e conectores de telefonia, móveis que também têm de ser adaptados ergonometricamente para acomodar esses novos equipamentos e seus usuários.
Por outro lado, as empresas também mudaram por causa da globalização, da conectividade internacional via satélite e, também, devido à facilidade de comunicação, que, sem dúvida, requer alterações que não são possíveis de realizar em edifícios convencionais. Cada vez mais temos um maior número de pessoas e equipamentos conectados nos ambientes de trabalho.
A passagem da era industrial para a era da indústria de serviços forçou a evolução dos materiais de construção civil e a necessidade de construir grandes edifícios com áreas de lajes muito maiores que no passado, pois houve um aumento do número de pessoas em escritórios e diminuição em indústrias. Porém a indústria tem respondido de forma decisiva às mudanças e necessidades tecnológicas das empresas, dos arquitetos e das construtoras.
Esse novo edifício precisa ser projetado e construído com inteligência para acomodar as necessidades dos usuários com flexibilidade. As empresas mudam todos os dias em função do mercado e o prédio precisa ter a inteligência de responder a essas mudanças com rapidez e baixos custos.
A capacidade da infra-estrutura do prédio é um dos pontos essenciais nesse processo, pois deve suportar: aumento da necessidade de ar-condicionado, vidros isolantes térmicos e acústicos, maior quantidade de cabos de comunicação, maior necessidade de eletricidade por pessoa, absorção acústica, iluminação anti-refletiva, lâmpadas e luminárias mais eficientes, elevadores mais rápidos e microprocessados, segurança contra incêndios, alarmes, "sprinklers" e uso de material antichamas, segurança dos usuários quanto às saídas de emergência e materiais que não contaminam o ambiente de trabalho.
Tudo isso, sem dúvida, com um foco de eficiência no consumo de energia. Por fim, um edifício realmente é inteligente se conseguir resolver todos os problemas anteriores com eficiência e baixo custo de manutenção e funcionamento.


Edo Rocha, arquiteto, é presidente da Edo Rocha Planejamento e Arquitetura S/C Ltda.



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