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OPINIÃO
O futuro da inteligência dos edifícios
EDO ROCHA
Da década de 80 até hoje, as mudanças na concepção dos edifícios
foram afetadas por três vetores: 1)
o computador e as mudanças tecnológicas de comunicação e informação; 2) a mudança das funções
dos usuários decorrentes das estruturas funcionais e administrativas da empresa; 3) a evolução da
indústria e a mudança da qualidade dos materiais.
Os edifícios atualmente chamados de inteligentes devem ter em
seu conceito no mínimo três pontos: as características da inteligência do projeto, as facilidades de
instalação da infra-estrutura e comunicações e o custo do uso e a
economia de energia.
A avaliação de todos esses itens é
algo extenso e complexo, porém
não é difícil entender que o homem mudou em função do computador. Isso acrescentou tarefas
novas e fez com que se repensasse
a rotina de trabalho. Os equipamentos requerem, além de nova
infra-estrutura de tomadas, telefones e conectores de telefonia, móveis que também têm de ser adaptados ergonometricamente para
acomodar esses novos equipamentos e seus usuários.
Por outro lado, as empresas
também mudaram por causa da
globalização, da conectividade internacional via satélite e, também,
devido à facilidade de comunicação, que, sem dúvida, requer alterações que não são possíveis de
realizar em edifícios convencionais. Cada vez mais temos um
maior número de pessoas e equipamentos conectados nos ambientes de trabalho.
A passagem da era industrial para a era da indústria de serviços
forçou a evolução dos materiais de
construção civil e a necessidade de
construir grandes edifícios com
áreas de lajes muito maiores que
no passado, pois houve um aumento do número de pessoas em
escritórios e diminuição em indústrias. Porém a indústria tem
respondido de forma decisiva às
mudanças e necessidades tecnológicas das empresas, dos arquitetos
e das construtoras.
Esse novo edifício precisa ser
projetado e construído com inteligência para acomodar as necessidades dos usuários com flexibilidade. As empresas mudam todos
os dias em função do mercado e o
prédio precisa ter a inteligência de
responder a essas mudanças com
rapidez e baixos custos.
A capacidade da infra-estrutura
do prédio é um dos pontos essenciais nesse processo, pois deve suportar: aumento da necessidade
de ar-condicionado, vidros isolantes térmicos e acústicos, maior
quantidade de cabos de comunicação, maior necessidade de eletricidade por pessoa, absorção
acústica, iluminação anti-refletiva, lâmpadas e luminárias mais
eficientes, elevadores mais rápidos
e microprocessados, segurança
contra incêndios, alarmes, "sprinklers" e uso de material antichamas, segurança dos usuários
quanto às saídas de emergência e
materiais que não contaminam o
ambiente de trabalho.
Tudo isso, sem dúvida, com um
foco de eficiência no consumo de
energia. Por fim, um edifício realmente é inteligente se conseguir
resolver todos os problemas anteriores com eficiência e baixo custo
de manutenção e funcionamento.
Edo Rocha, arquiteto, é presidente da Edo Rocha Planejamento e Arquitetura S/C Ltda.
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