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MERCADO
Lançamentos em bairros como Itaim Bibi, Jardins, Vila Olímpia e Tatuapé devem encarecer ou escassear em 2004
Consumidor sentirá no bolso o reflexo da nova lei municipal
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ninguém do setor imobiliário
duvida de que as mudanças na legislação municipal vão ter grande
influência no mercado, para melhor ou para pior. A maioria aposta que o consumidor pagará mais
em bairros como Itaim Bibi, Jardins, Vila Olímpia e Tatuapé.
Até agora, a prefeitura aprovou
o Plano Diretor e publicou o decreto que regulamenta a outorga
onerosa (veja quadro). Restam a
nova Lei de Zoneamento, os planos diretores regionais e a divulgação do estoque disponível de
metros quadrados por distrito.
É na outorga onerosa e no estoque que os especialistas se baseiam para dizer que o comportamento das construtoras e das incorporadoras mudará no ano que
vem. Pelo estoque, a prefeitura
ditará o quanto poderá ser construído em determinadas regiões.
O cálculo da área da construção
baseia-se na metragem do terreno. Na cidade, a maioria permite
edificações com uma ou duas vezes o seu tamanho. Um terreno de
2.000 m2 pode ter até 4.000 m2 de
área construída. Mas um prédio
de 20 andares, com duas unidades
de 170 m2 por piso, chega a ter
12.000 m2 de área construída.
Com isso, as construtoras terão
duas opções: ou comprar terrenos
imensos e erguer poucas torres no
local ou pagar à prefeitura pelos
metros quadrados adicionais. É aí
que entra o estoque: o volume de
metros tem limite, calculado com
base na infra-estrutura do bairro.
Como os mais valorizados têm
poucos terrenos disponíveis, o
preço deve fazer os lançamentos
migrarem para outras regiões. "A
prefeitura pode mudar algumas
leis, mas não conseguirá revogar a
da oferta e da procura", diz Cláudio Bernardes, do Secovi (sindicato de construtoras e imobiliárias).
O secretário Jorge Wilheim discorda. "O setor imobiliário trabalha sob muita influência do corretor, e o corretor é aquele profissional que vende hoje o que vendeu
ontem. É uma visão muito curta."
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