São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 2002

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Jaçanã quer pegar uma carona na "locomotiva do crescimento"

DA REPORTAGEM LOCAL

Os moradores do Jaçanã querem crescer no ritmo do metrô, mas convivem com um atraso que lembra o "trem das onze". "O progresso é um desejo claro do distrito. Os moradores querem investir e gerar empregos", afirma o engenheiro Antonio Manoel Esteves, 43, coordenador do Plano Diretor Regional Jaçanã.
É por isso que o trecho entre o córrego Cabuçu e a rodovia Fernão Dias, por exemplo, deve ser revitalizado e ampliado para receber mais indústrias, segundo ele.
Entretanto, Marco Antonio Silva, 42, chefe de gabinete da Subprefeitura de Jaçanã-Tremembé, aponta a pequena área industrial abandonada por empresas perto da av. Luis Stamatis, que pode ser destinada ao uso residencial.

Espírito comunitário
Entre os projetos que ajudariam o desenvolvimento local está a criação de um novo centro municipal, próximo à avenida Maria Amália Lopes de Azevedo e à rua Costa Brito, que serviria também como praça de lazer, cultura e de serviços públicos, nos moldes do Poupatempo, do governo estadual. A idéia é espalhar pelas redondezas o espírito comunitário.
Outra preocupação são os loteamentos irregulares próximos à serra da Cantareira e à rodovia Fernão Dias. "A área tem todas as demandas possíveis de infra-estrutura, porque o zoneamento atual não permite construir muita coisa. O abandono é fruto desse engessamento", explica Esteves. Segundo ele, a área já abriga entre 40 mil e 50 mil pessoas.
Carmem Francisca de Lima, 55, presidente da Sociedade Amigos de Bairro do Jardim das Pedras, pede benfeitorias na av. Coronel Sezefredo Fagundes, que "é estreita e está cheia de mato".
Mas esse trabalho deve ser feito com cuidado preservacionista. "A serra deveria ser preservada por lei. É por isso que queremos assinalar no plano zonas de transição entre a reserva e a cidade", afirma o arquiteto Ari Albano.

Estrutura viária
"Milhares de famílias moram hoje nas margens do córrego da Paciência", denuncia Nivaldo Cardoso, 40, presidente da Savic (Sociedade Amigos de Vila Constança). Ele reclama ainda de bares nas garagens das casas da região.
Segundo Esteves, é também opinião "geral e unânime" que não há estrutura viária. "Estamos atrasados uns 50 anos", diz.
É por isso que os moradores pedem a extensão do metrô a partir do Tucuruvi (o projeto, do governo estadual, não tem data para ser implantado). Takao Ishii, 64, secretário da distrital Santana da associação comercial, pleiteia pelo menos duas estações (Parque Vitória e Jaçanã) e a continuação da linha até Guarulhos. (NB)


Associações: ACSP, 0/xx/11/6973-3708; Cons. Comunitário, 0/xx/11/3052-2111; Jd. França, 0/xx/11/6979-7922; Jd. das Pedras, 0/ xx/11/6995-2876; Savic, 0/xx/11/6949-9612; Sarsi, 0/xx/11/ 6952-4875.


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