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São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 2003

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FINANCIAMENTO

Chance de ser sorteado nos primeiros meses é de 11%; sugestões vão de poupança e fundos a título público

Opções abreviam espera dos consórcios

DA REPORTAGEM LOCAL

"Tem consorciado que, mesmo dando lance de 50% do valor da carta de crédito, perde a disputa para outro que dá mais", admite Tufic Cohen, diretor do consórcio Panamericano. Isso confirma a dificuldade de o candidato avaliar se estará fazendo um bom negócio, na comparação com outras formas de financiamento.
O matemático José Dutra Vieira Sobrinho confirma que o cotista de um grupo de 120 meses, por exemplo, tem só 11% de chance de ser sorteado nos primeiros 35 meses. Se for possível dar um lance, o índice sobe para 20% -mas terá de oferecer mais de 40% para vencer a disputa por lance livre.
"O consórcio é bom para quem não paga aluguel", diz o economista Mauro Halfeld, professor de finanças da Universidade Federal do Paraná, que reclama da cobrança antecipada da taxa de administração quando se dá um lance -não há descontos.
A análise de um compromisso tão longo não é fácil. O confronto entre o consórcio e o financiamento bancário deve ser visto com reservas. "A comparação das parcelas ou dos totais é simplista e dá vitória invariavelmente ao consórcio", adverte Vieira Sobrinho.
"Hoje, com a TR baixinha, vale a pena financiar. Mas é um cheque em branco, pois o governo pode aumentá-la a qualquer hora", alerta Halfeld. Se isso não acontecer, mesmo que corrigidas uma vez ao ano, as cotas do consórcio tendem a subir mais que as prestações de financiamentos.
É que o INCC (Índice Nacional de Preços da Construção Civil), que reajusta o consórcio, tem subido mais que a TR (Taxa Referencial), dos financiamentos bancários. "Nesse caso, a vantagem para o financiamento pode ser até maior", pondera o matemático.

Poupança, FIF, títulos
Dutra Sobrinho sugere então um misto de caderneta de poupança e de financiamento bancário: deposita-se mensalmente o equivalente à parcela do consórcio para, depois, usar a poupança como sinal, reduzindo o valor a ser financiado. "Mas há pessoas que precisam da disciplina do boleto do consórcio para poupar."
No entanto, Halfeld pondera que a caderneta de poupança vem perdendo da inflação e que pode demorar para se recuperar. Ele sugere, então, a aplicação em um fundo de renda fixa, que tem remunerado as cotas em 0,5% ao mês acima da inflação (INCC), ou a compra de títulos públicos do Tesouro, "que dão o IGP-M mais 10% ao ano". (NB)


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