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Problema de Estado
Deputado propõe coordenadoria com o objetivo de inspecionar desavenças em condomínios
Adriano Vizoni/Folha Imagem
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Para evitar barulho, Gabriela Mondroni tira o salto em casa
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS
Desavenças entre condôminos podem virar problema de
Estado. Em outubro, o deputado Fernando Capez (PSDB) enviou ao governador José Serra
o pedido de criação da Procond
(Coordenadoria de Defesa das
Relações Condominiais).
"Seria o Procon [Fundação
de Proteção e Defesa do Consumidor] dos condomínios", define Capez. "Um mecanismo para solucionar conflitos sem a
lentidão do Judiciário, já abarrotado de processos."
A solicitação é uma indicação
(nº 2.959) -sugestão feita pelo
parlamentar. "Deverá se tornar
um projeto de lei ainda neste
governo [até o final de 2010]",
estima o deputado. Como se
trata da concepção de um órgão
do Executivo, que estaria ligado
à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, essa iniciativa precisa ser do governador.
"Vamos ouvir entidades de
classe e administradoras de
condomínios e fazer audiências
públicas para que, do debate,
surja o projeto ideal", diz.
Para o advogado especializado em direito condominial
Cristiano de Souza Oliveira,
que ajudou a elaborar a indicação, a coordenadoria possibilitaria a intervenção do Estado
nas questões condominiais,
"auditando, fazendo cumprir a
lei, não só conciliando mas
também regrando questões".
"Há síndicos que não são claros na administração. Sua penalidade hoje é a destituição. Se
o Estado multa empresas, por
que não multar o mau gestor do
prédio?", raciocina.
Mal-estar
"A Procond vai receber uma
reclamação e poderá até agir
como inspetora e estabelecer
sanções", define o advogado.
São comuns desentendimentos entre moradores, como
ocorreu com a administradora
Maria Gabriela Mondroni, 24.
Desde que se mudou para um
edifício em Perdizes (zona oeste), há cerca de um ano e meio,
ela se sentiu intimidada pelas
reclamações de uma vizinha.
"Ela começou a falar de barulhos que não vinham do meu
apartamento", conta.
"Chegou a escrever no livro
da portaria o número de descargas que eu havia dado numa
determinada noite. Comecei a
me sentir mal, a partir de qualquer barulhinho no prédio o
primeiro interfone a tocar era o
meu. No elevador, passaram a
me olhar como "a que apronta"."
Mondroni foi aconselhada
pelo síndico a "entrar [na Justiça] com um advogado", pois
"não sabia mais o que fazer".
"Seria um desgaste. Não tomei
essa medida porque as reclamações diminuíram."
Contra
Se depender de Capez, ela terá ouvidoria do Estado para novas queixas. Administradoras
de condomínios, porém, questionam a utilidade do órgão.
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