São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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INTERNET

Usuários de quatro Estados podem contratar serviço que custa R$ 38 mensais e permite ficar conectado 24 horas

Provedor oferece acesso à rede via 0800

BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Tradicionalmente, o internauta que deseja navegar na rede sem se preocupar com o gasto gerado por ligações telefônicas encontra duas alternativas: assinar um serviço de acesso por banda larga, que é rápido e caro, ou se conectar durante madrugadas e finais de semana.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está avaliando um modelo diferente, em que os usuários pagariam uma taxa mensal fixa às operadoras de telefonia e poderiam ficar conectados à vontade. Embora a Anatel não faça previsões oficiais, a regulamentação do serviço, que é discutida desde 1999, dificilmente sairá antes de agosto.
Mas os moradores de quatro Estados brasileiros já podem contratar acesso com tarifa fixa. Antecipando a decisão da Anatel, o provedor Redelivre (www.redelivre.com.br) oferece um plano que elimina os gastos com pulsos telefônicos.
O serviço funciona da seguinte maneira: depois de acessar o site do provedor e se cadastrar, o internauta que resida em SP, RJ, MG ou BA paga uma mensalidade de R$ 38. Em troca, pode navegar 24 horas por dia sem afetar sua conta telefônica.
Isso acontece porque o acesso é feito por um número com prefixo 078, que é uma espécie de 0800 (prefixo para ligações gratuitas) para internet fornecido pela Embratel. O Redelivre diz ter um acordo comercial com a operadora, mas não revela seus termos. A Embratel não se manifestou até o fechamento desta edição, mas um atendente confirmou o aluguel do prefixo 078 pelo provedor.
O Redelivre não oferece conteúdo exclusivo aos assinantes, que recebem apenas um endereço de e-mail e um soft discador -só para Windows, mas usuários de outros sistemas podem configurar a conexão manualmente.
Para quem navega bastante na rede, o preço pode compensar. O provedor colocou uma calculadora em seu site para ajudar cada internauta a avaliar seus gastos mensais com a conta telefônica.
Em testes realizados durante a semana passada, o provedor apresentou boa qualidade de acesso, sem dar linha ocupada nem derrubar ligações.
A velocidade de conexão também se mostrou adequada, mas é preciso ressaltar que os resultados descrevem um período relativamente curto, foram realizados apenas na cidade de São Paulo com linhas telefônicas digitais (CPA) e podem piorar à medida que o provedor receber mais usuários. Atualmente, o Redelivre diz ter 20 mil assinantes.
Segundo os responsáveis pelo provedor, esse número poderia ser maior. Eles afirmam ter implantado o serviço no Rio de Janeiro em novembro passado, mas sua divulgação e expansão para outros Estados teria sido prejudicada pela Telemar, que não teria fornecido infra-estrutura telefônica satisfatória.
O Redelivre trocou a operadora pela Embratel e diz estar processando a Telemar, que afirma o contrário: segundo a empresa, o provedor é o culpado, pois não pagou. O Redelivre retruca dizendo que não pagou pois a Telemar quis cobrar demais: "Nenhuma conta chegou com os valores corretos", diz a gerente de marketing Priscila Gonçalves.
Os provedores já estabelecidos dizem que pretendem oferecer o serviço de tarifa fixa quando a Anatel liberá-lo, mas não acham que o Redelivre possa tomar mercado por se antecipar à regulamentação. Procurada pela Folha, a Anatel não comentou o assunto.



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