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INTERNET
Usuários de quatro Estados podem contratar serviço que custa R$ 38 mensais e permite ficar conectado 24 horas
Provedor oferece acesso à rede via 0800
BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Tradicionalmente, o internauta
que deseja navegar na rede sem se
preocupar com o gasto gerado
por ligações telefônicas encontra
duas alternativas: assinar um serviço de acesso por banda larga,
que é rápido e caro, ou se conectar
durante madrugadas e finais de
semana.
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) está avaliando um modelo diferente, em que
os usuários pagariam uma taxa mensal fixa às operadoras de telefonia e poderiam ficar conectados à vontade. Embora a Anatel não
faça previsões oficiais, a regulamentação do serviço, que é discutida desde 1999, dificilmente sairá antes de agosto.
Mas os moradores de quatro Estados brasileiros já podem contratar acesso com tarifa fixa. Antecipando a decisão da Anatel, o
provedor Redelivre (www.redelivre.com.br) oferece um plano
que elimina os gastos com pulsos telefônicos.
O serviço funciona da seguinte maneira: depois de acessar o site
do provedor e se cadastrar, o internauta que resida em SP, RJ,
MG ou BA paga uma mensalidade de R$ 38. Em troca, pode navegar 24 horas por dia sem afetar sua conta telefônica.
Isso acontece porque o acesso é feito por um número com prefixo
078, que é uma espécie de 0800 (prefixo para ligações gratuitas)
para internet fornecido pela Embratel. O Redelivre diz ter um
acordo comercial com a operadora, mas não revela seus termos. A
Embratel não se manifestou até o fechamento desta edição, mas um
atendente confirmou o aluguel do prefixo 078 pelo provedor.
O Redelivre não oferece conteúdo exclusivo aos assinantes, que
recebem apenas um endereço de e-mail e um soft discador -só
para Windows, mas usuários de outros sistemas podem configurar a conexão manualmente.
Para quem navega bastante na
rede, o preço pode compensar. O
provedor colocou uma calculadora em seu site para ajudar cada internauta a avaliar seus gastos
mensais com a conta telefônica.
Em testes realizados durante a
semana passada, o provedor
apresentou boa qualidade de
acesso, sem dar linha ocupada
nem derrubar ligações.
A velocidade de conexão também se mostrou adequada, mas é
preciso ressaltar que os resultados
descrevem um período relativamente curto, foram realizados
apenas na cidade de São Paulo
com linhas telefônicas digitais
(CPA) e podem piorar à medida
que o provedor receber mais
usuários. Atualmente, o Redelivre
diz ter 20 mil assinantes.
Segundo os responsáveis pelo
provedor, esse número poderia
ser maior. Eles afirmam ter implantado o serviço no Rio de Janeiro em novembro passado, mas sua divulgação e expansão para
outros Estados teria sido prejudicada pela Telemar, que não teria
fornecido infra-estrutura telefônica satisfatória.
O Redelivre trocou a operadora
pela Embratel e diz estar processando a Telemar, que afirma o
contrário: segundo a empresa, o
provedor é o culpado, pois não
pagou. O Redelivre retruca dizendo que não pagou pois a Telemar
quis cobrar demais: "Nenhuma
conta chegou com os valores corretos", diz a gerente de marketing
Priscila Gonçalves.
Os provedores já estabelecidos
dizem que pretendem oferecer o
serviço de tarifa fixa quando a
Anatel liberá-lo, mas não acham
que o Redelivre possa tomar mercado por se antecipar à regulamentação. Procurada pela Folha, a Anatel não comentou o assunto.
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