São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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Avanço da Microsoft ainda é visto com desconfiança em Holywood

GARY GENTILE
DA ASSOCIATED PRESS

A maioria das empresas da indústria do entretenimento de Holywood prefere manter relacionamento não muito amistoso com a Microsoft, mas o CinemaNow (www.cinemanow.com), um serviço de filmes da internet, conta apenas com a Microsoft para transmitir, proteger e exibir os filmes que aluga a seus clientes. A Microsoft, por sua vez, é a maior investidora na empresa, que também pertence ao estúdio independente Lions Gate.
Como os estúdios hoje têm mais medo da pirataria digital do que da Microsoft, aos poucos começam a fechar acordos para utilizar ferramentas de software, ainda que sem exclusividade. Numa época em que os estúdios tentam melhorar a qualidade de filmes e shows de televisão para computadores e telefones celulares, tornou-se quase inevitável negociar;
De sua parte, a Microsoft vem tentando acalmar a ansiedade de Hollywood, revelando uma parte de seu código de compressão de grandes arquivos de mídia e oferecendo acordos de longo prazo para abrandar o temor contra grandes aumentos de preço de cada nova versão do software. "A Microsoft quer ser a ligação entre os estúdios e todas as plataformas usadas pelos consumidores", disse o analista P.J. McNealy, da American Technology Research.

Investimentos
Há algum tempo a Microsoft vem "brincando" com o negócio de mídia: formou a rede a cabo MSNBC com a NBC, lançou o seu próprio console de videogame para tirar vantagem da explosão do mercado de jogos, fundou a revista on-line Slate, que recentemente disse que venderia, e empreendeu uma série de outras incursões, nem sempre bem sucedidas - o portal MSN ainda está atrás da America Online-, e encerrou outros negócios, incluindo o Mungo Park, um site de viagens e aventuras.
Ela também acumulou uma enorme quantia de dinheiro e uma reputação de concorrente agressiva e incansável, disposta a usar o seu monopólio no mercado de sistemas operacionais de computadores para esmagar seus potenciais concorrentes.
Esse poder fez com que os estúdios ficassem desconfiados quando a Microsoft tentou, nos anos 90, persuadir Hollywood a tornar disponíveis conteúdos em forma digital para computadores e redes residenciais. "Havia uma premissa de que estávamos lá para explorá-los", disse Kurt Buecheler, um ex-executivo da divisão de mídia digital da Microsoft.
Essas suspeitas ainda persistem, mesmo tendo a Microsoft fechado negócios com diversos estúdios para proteger filmes e shows de TV contra a pirataria.
A Microsoft, recentemente, anunciou os nomes de vários detentores de licença sobre seu mais recente software de direitos digitais, Windows Media (apelidado de Janus), incluindo Disney, AOL, Dell, Samsung e Movielink, (empresa de filmes on-line pertencente a cinco dos sete maiores estúdios de Hollywood). No entanto, os acordos de licenciamento não são exclusivos. A Movielink, maior provedora de filmes via internet, também oferece arquivos no formato da RealNetworks.

Cautela
Amir Majidimehr, que dirige a divisão de mídia digital do Windows, disse que compreende que Hollywood esteja cautelosa em ceder um pouco de poder a uma empresa de tecnologia como a Microsoft. Mas ele também observa que Hollywood manda no relacionamento, dando destaque ao poder de decisão dos estúdios, que elegeram os formatos DVD e MPEG-2 como favoritos para comprimir arquivos de vídeo.
Majidimehr ainda acrescenta que os criadores de conteúdo terão prejuízos se forem muito cautelosos, pois as conexões de banda larga, em breve, permitirão trocar um filme de duas horas de duração tão rápido quanto uma música de dois minutos.


Tradução de Angela Caracik


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