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Avanço da Microsoft ainda é visto
com desconfiança em Holywood
GARY GENTILE
DA ASSOCIATED PRESS
A maioria das empresas da indústria do entretenimento de
Holywood prefere manter relacionamento não muito amistoso
com a Microsoft, mas o CinemaNow (www.cinemanow.com),
um serviço de filmes da internet,
conta apenas com a Microsoft para transmitir, proteger e exibir os
filmes que aluga a seus clientes. A
Microsoft, por sua vez, é a maior
investidora na empresa, que também pertence ao estúdio independente Lions Gate.
Como os estúdios hoje têm mais
medo da pirataria digital do que
da Microsoft, aos poucos começam a fechar acordos para utilizar
ferramentas de software, ainda
que sem exclusividade. Numa
época em que os estúdios tentam
melhorar a qualidade de filmes e
shows de televisão para computadores e telefones celulares, tornou-se quase inevitável negociar;
De sua parte, a Microsoft vem
tentando acalmar a ansiedade de
Hollywood, revelando uma parte
de seu código de compressão de
grandes arquivos de mídia e oferecendo acordos de longo prazo
para abrandar o temor contra
grandes aumentos de preço de cada nova versão do software. "A
Microsoft quer ser a ligação entre
os estúdios e todas as plataformas
usadas pelos consumidores", disse o analista P.J. McNealy, da
American Technology Research.
Investimentos
Há algum tempo a Microsoft
vem "brincando" com o negócio
de mídia: formou a rede a cabo
MSNBC com a NBC, lançou o seu
próprio console de videogame
para tirar vantagem da explosão
do mercado de jogos, fundou a revista on-line Slate, que recentemente disse que venderia, e empreendeu uma série de outras incursões, nem sempre bem sucedidas - o portal MSN ainda está
atrás da America Online-, e encerrou outros negócios, incluindo
o Mungo Park, um site de viagens
e aventuras.
Ela também acumulou uma
enorme quantia de dinheiro e
uma reputação de concorrente
agressiva e incansável, disposta a
usar o seu monopólio no mercado de sistemas operacionais de
computadores para esmagar seus
potenciais concorrentes.
Esse poder fez com que os estúdios ficassem desconfiados quando a Microsoft tentou, nos anos
90, persuadir Hollywood a tornar
disponíveis conteúdos em forma
digital para computadores e redes
residenciais. "Havia uma premissa de que estávamos lá para explorá-los", disse Kurt Buecheler, um
ex-executivo da divisão de mídia
digital da Microsoft.
Essas suspeitas ainda persistem,
mesmo tendo a Microsoft fechado negócios com diversos estúdios para proteger filmes e shows
de TV contra a pirataria.
A Microsoft, recentemente,
anunciou os nomes de vários detentores de licença sobre seu mais
recente software de direitos digitais, Windows Media (apelidado
de Janus), incluindo Disney, AOL,
Dell, Samsung e Movielink, (empresa de filmes on-line pertencente a cinco dos sete maiores estúdios de Hollywood). No entanto,
os acordos de licenciamento não
são exclusivos. A Movielink,
maior provedora de filmes via internet, também oferece arquivos
no formato da RealNetworks.
Cautela
Amir Majidimehr, que dirige a
divisão de mídia digital do Windows, disse que compreende que
Hollywood esteja cautelosa em
ceder um pouco de poder a uma
empresa de tecnologia como a
Microsoft. Mas ele também observa que Hollywood manda no
relacionamento, dando destaque
ao poder de decisão dos estúdios,
que elegeram os formatos DVD e
MPEG-2 como favoritos para
comprimir arquivos de vídeo.
Majidimehr ainda acrescenta
que os criadores de conteúdo terão prejuízos se forem muito cautelosos, pois as conexões de banda
larga, em breve, permitirão trocar
um filme de duas horas de duração tão rápido quanto uma música de dois minutos.
Tradução de Angela Caracik
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