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COMPORTAMENTO
Namorada virtual gosta de flores, não tira a roupa e tem mãe feroz; em breve, chega versão para mulheres
Vivienne é a garota que vem pelo celular
KEITH BRADSHER
DO "NEW YORK TIMES"
Homens, estão cansados dos
problemas e gastos de ter uma namorada? Estão irritados com a dificuldade de achar outra? Eberhard Schöneburg, o diretor-executivo da empresa de software Artificial Life, de Hong Kong, pode
ter a solução: Vivienne, uma namorada virtual que chega pelo celular.
Vivienne gosta de ser levada a
cinemas e bares. Adora ganhar
flores e chocolates virtuais e pode
falar em seis idiomas. Nunca tira a
roupa, apesar de ter alguns modelitos reveladores, e dá o sinal vermelho para tudo que passe de
mandar beijos.
Se você se casar com ela em uma
cerimônia virtual, ganha uma sogra virtual que liga para seu celular à noite para saber se você está
tratando bem a filha dela.
Apesar de tais pontos negativos,
Vivienne é uma esperança de
mais faturamento para operadoras de sistemas de telefonia móvel
e fabricantes de celulares. Trata-se
de um produto de voz computadorizada sintetizada, transmissão
de vídeo e mensagens de texto,
que estará disponível por uma taxa mensal de US$ 6, fora o custo
do serviço da conexão pago às
operadoras e o preço de chocolates e flores virtuais.
Vivienne logo poderá ter a companhia de um namorado virtual
para as mulheres e, depois, de
parceiros para gays e lésbicas.
No Japão e na Coréia do Sul, já
estão disponíveis jogos que permitem aos usuários mudar as
roupas, o estilo de cabelo e outras
características dos personagens.
Vivienne se destaca por ser uma
figura que parece tridimensional
e se move por 18 cenários diferentes, entre eles um restaurante e
um aeroporto.
Ela pode conversar sobre 35 mil
tópicos, de filosofia a filmes e esculturas. A empresa Artificial Life
(www.artificial-life.com) aperfeiçoou e reutilizou cerca de 70
mil perguntas e respostas sobre
sistemas bancários para Vivienne.
O chip do celular não consegue
gerenciar todas essas funções. Em
vez disso, o telefone apenas comunica-se com servidores que
têm o programa e usam sistemas
especialistas para os diálogos.
Mas a Artificial Life já enfrentou
atrasos para apresentar Vivienne
aos homens da Ásia e Europa. A
empresa originalmente esperava
vê-la flertando nas telas de celulares já no último Natal.
Tiveram, por exemplo, de superar problemas cosméticos -Vivienne foi reprogramada para
não exibir o umbigo ou piercings
pelo corpo em países muçulmanos conservadores- e tecnológicos, pois o programa teve de ser
adaptado para diferentes tipos de
telefone celular, pois cada um é
um pouco diferente do outro.
Está agendado para que ela agora fique disponível em Cingapura
e na Malásia até o fim de abril, na
Europa Ocidental até o meio do
ano e em algumas cidades americanas no final de 2005.
Tecnologia
Os atrasos indicam os problemas de lidar com a tecnologia 3G
e dos negócios nela baseados. Alguns usuários reclamaram, por
exemplo, de baterias que se esgotam rapidamente, falta de serviço
ao dirigir na neblina ou na chuva,
e telefones muito caros. As operadoras descobriram que os clientes
não estão aderindo tanto aos caros serviços de vídeo, usando telefones de terceira geração geralmente para chamadas de voz.
Os telefones 3G representam
menos de 2% dos aparelhos do
mundo, mas essa proporção está
crescendo rapidamente, dizem
especialistas da indústria.
Tradução de Giulia de Marchi
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