São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

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COMPORTAMENTO

Namorada virtual gosta de flores, não tira a roupa e tem mãe feroz; em breve, chega versão para mulheres

Vivienne é a garota que vem pelo celular

KEITH BRADSHER
DO "NEW YORK TIMES"

Homens, estão cansados dos problemas e gastos de ter uma namorada? Estão irritados com a dificuldade de achar outra? Eberhard Schöneburg, o diretor-executivo da empresa de software Artificial Life, de Hong Kong, pode ter a solução: Vivienne, uma namorada virtual que chega pelo celular.
Vivienne gosta de ser levada a cinemas e bares. Adora ganhar flores e chocolates virtuais e pode falar em seis idiomas. Nunca tira a roupa, apesar de ter alguns modelitos reveladores, e dá o sinal vermelho para tudo que passe de mandar beijos.
Se você se casar com ela em uma cerimônia virtual, ganha uma sogra virtual que liga para seu celular à noite para saber se você está tratando bem a filha dela.
Apesar de tais pontos negativos, Vivienne é uma esperança de mais faturamento para operadoras de sistemas de telefonia móvel e fabricantes de celulares. Trata-se de um produto de voz computadorizada sintetizada, transmissão de vídeo e mensagens de texto, que estará disponível por uma taxa mensal de US$ 6, fora o custo do serviço da conexão pago às operadoras e o preço de chocolates e flores virtuais.
Vivienne logo poderá ter a companhia de um namorado virtual para as mulheres e, depois, de parceiros para gays e lésbicas.
No Japão e na Coréia do Sul, já estão disponíveis jogos que permitem aos usuários mudar as roupas, o estilo de cabelo e outras características dos personagens.
Vivienne se destaca por ser uma figura que parece tridimensional e se move por 18 cenários diferentes, entre eles um restaurante e um aeroporto.
Ela pode conversar sobre 35 mil tópicos, de filosofia a filmes e esculturas. A empresa Artificial Life (www.artificial-life.com) aperfeiçoou e reutilizou cerca de 70 mil perguntas e respostas sobre sistemas bancários para Vivienne.
O chip do celular não consegue gerenciar todas essas funções. Em vez disso, o telefone apenas comunica-se com servidores que têm o programa e usam sistemas especialistas para os diálogos.
Mas a Artificial Life já enfrentou atrasos para apresentar Vivienne aos homens da Ásia e Europa. A empresa originalmente esperava vê-la flertando nas telas de celulares já no último Natal.
Tiveram, por exemplo, de superar problemas cosméticos -Vivienne foi reprogramada para não exibir o umbigo ou piercings pelo corpo em países muçulmanos conservadores- e tecnológicos, pois o programa teve de ser adaptado para diferentes tipos de telefone celular, pois cada um é um pouco diferente do outro.
Está agendado para que ela agora fique disponível em Cingapura e na Malásia até o fim de abril, na Europa Ocidental até o meio do ano e em algumas cidades americanas no final de 2005.

Tecnologia
Os atrasos indicam os problemas de lidar com a tecnologia 3G e dos negócios nela baseados. Alguns usuários reclamaram, por exemplo, de baterias que se esgotam rapidamente, falta de serviço ao dirigir na neblina ou na chuva, e telefones muito caros. As operadoras descobriram que os clientes não estão aderindo tanto aos caros serviços de vídeo, usando telefones de terceira geração geralmente para chamadas de voz.
Os telefones 3G representam menos de 2% dos aparelhos do mundo, mas essa proporção está crescendo rapidamente, dizem especialistas da indústria.


Tradução de Giulia de Marchi

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