da Reportagem Local

Quem não comprou micro até agora deve esperar o dólar baixar. Pelo menos é essa a opinião do professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Fernando Meirelles, que publica estudos do mercado de informática.
Segundo o professor, o momento é de cautela para quem está querendo comprar micro novo. "Todo mundo ainda está tonto com a desvalorização do real. O cenário ainda é incerto até para os fabricantes de micros", diz Meirelles.
Para ele, o preço do micro novo vai depender da inflação do real e da evolução do preço do dólar até o fim do ano. "Como os preços de informática estão caindo em dólar no mundo inteiro, acredito que até o final do ano o preço de um micro vai ser igual ao seu preço em janeiro deste ano, antes da desvalorização do real", diz Meirelles.
Se a valorização do dólar persistir, outra aposta do professor para o mercado é o crescimento dos grandes fabricantes de micros, como a Compaq e a IBM, que instalaram suas fábricas por aqui.
"O aumento de preços só atinge a parcela de componentes que é importada pelo fabricante. Assim, o micro contrabandeado ou importado completamente vai sentir mais o impacto da desvalorização do real e vai ficar mais caro. A IBM e a Compaq nunca tiveram tanta oportunidade para crescer como neste ano", arrisca.
Segundo Wagner Guedes, diretor de produtos da IBM, o aumento do dólar não foi repassado completamente para a linha de micros da empresa. "No caso do Aptiva, de 35% a 40% do valor do micro é de peças importadas, que sofrem influência do dólar. O resto é de produtos locais".
Para Guedes, se o dólar continuar subindo, a indústria local vai ser beneficiada e poderá até exportar computadores.

Hora de esperar
Os consumidores concordam com os técnicos, afirmando que agora não é hora de comprar.
Pelo menos é o que indica enquete realizada pela Folha junto aos frequentadores do Universo Online, empresa dos grupos Folha e Abril, entre os dias 5 e 26 deste mês.
Indagados sobre qual seria o comportamento de compras após a desvalorização do real, 75% dos 80 participantes responderam que vão esperar o dólar se estabilizar para voltar a comprar.
Para 19% dos internautas consultados, o upgrade (atualização dos componentes do micro) ainda é uma alternativa para adiar a compra de uma máquina nova.
Somente 4% dos entrevistados responderam que vão comprar agora o PC novo para fugir de aumentos. Quem não vai comprar também não quer micro de segunda mão: só 2% consideram a compra de PC usado uma alternativa.


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