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POLÊMICA
Jogo de corrida assassina pode ser carregado pela Internet
Produtora de "Carmageddon"
lamenta proibição no Brasil
DAVID HOPKINS
free-lance para a Folha
A proibição no Brasil do jogo
"Carmageddon", que tem como
objetivo atropelar o maior número
possível de pedestres, pegou de
surpresa a produtora do game.
Depois de decisão governamental, as cópias do jogo estão sendo
recolhidas. A comercialização está
proibida, inclusive pela Internet.
Segundo o governo, o jogo incitaria a violência no trânsito.
A diretora administrativa da
companhia inglesa SCi, Jane Cavanagh, responsável pela produção
do jogo, disse em entrevista exclusiva à Folha que está "muito surpresa e desapontada que esta posição tenha sido adotada no Brasil".
Cavanagh disse que o jogo tem
sido um grande sucesso nos mais
de 60 países onde foi distribuído.
Na Inglaterra, chegou a 500 mil cópias distribuídas via Internet, nas
primeiras oito semanas após seu
lançamento.
Humor negro
"É um jogo muito divertido de
corrida, que integra recursos sofisticados de programação, e que está
repleto de humor negro, mas acredito que qualquer jogador poderia
vê-lo dentro desse contexto."
Na publicidade de "Carmageddon", era anunciado: "520 cavalos embaixo do capô e ainda mais
pedestres em cima dele".
Com uma média de mais de um
milhão de visitas por mês desde o
lançamento de "Carmageddon",
o site do jogo (www.sci.co.uk/carmageddon/index.html) oferece a versão demo (de 14 Mbytes)
para carregar para o micro.
Na Inglaterra e na Itália, a versão
original foi censurada e substituída por uma que troca o atropelamento de pedestres pelo de zumbis
com sangue verde. Apesar disso,
hackers desabilitaram a censura
no game, permitindo jogar uma
versão integral, mais sangrenta.
Sobre o conteúdo violento do jogo, Cavanagh disse: "Não são pessoas de verdade, mas apenas personagens feitas de pixels".
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