São Paulo, quarta-feira, 05 de janeiro de 2005

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SEGURANÇA

Número de pragas bate recorde em 2004, e truque para roubar senha bancária se dissemina

Ano tem mais vírus, golpes e lixo eletrônico

DA REPORTAGEM LOCAL

O ano passado foi particularmente ruim para a segurança dos PCs. Primeiro, o número de vírus superou a marca de 100 mil -o anúncio, que foi feito pela empresa de antivírus McAfee, ocorreu em setembro.
Num esforço para reforçar o sistema operacional Windows XP, a Microsoft desenvolveu uma atualização gratuita, que se chama Service Pack 2 (SP2) e pode ser obtida em windowsupdate.microsoft.com.
Segundo a empresa de Bill Gates, a SP2 já foi baixada por mais de 100 milhões de usuários. Ela trouxe melhorias relevantes, como um firewall (programa que barra a invasão de hackers) de acionamento automático e um sistema de monitoramento que avisa o usuário quando o micro está sem um antivírus instalado.
Apesar disso, a SP2 enfrentou problemas graves. Além de interferir com alguns programas (veja uma lista, que está em português e foi compilada pela Microsoft, em support.microsoft.com/default.aspx?kbid=842242, revelou-se vulnerável: poucos dias depois do lançamento da atualização, a empresa de segurança Secunia e a revista alemã "PC Welt" descobriram duas falhas graves na SP2, que permitiriam a pessoas mal-intencionadas inserir vírus no micro e desprotegiam pastas compartilhadas em redes domésticas ou de pequenas empresas.
Segundo o instituto norte-americano Sans (www.sans.org), que trabalha com o FBI -polícia federal norte-americana-, o tempo médio que um computador com sistema operacional Windows, mas sem firewall ativo e sem atualizações de segurança, leva para receber o primeiro ataque é curto: 20 minutos.

Trapaça
2004 foi, também, o ano do "phishing": prática que consiste em enviar e-mails que imitam as páginas de bancos. O objetivo é induzir o internauta a digitar dados sensíveis, como senhas de conta corrente e números de cartão de crédito, que são capturados pelo remetente da mensagem fraudulenta.
Segundo o Anti-Phishing Working Group (www.antiphishing.org), houve um aumento de 28% nos casos de "phishing" entre julho e novembro, mês em que foram catalogados 8.459 novos tipos de golpe. Os Estados Unidos lideram o "phishing", com 27% dos golpes, mas o Brasil está em sexto lugar, empatado com a Alemanha (2,1%). A Polícia Federal chegou, inclusive, a prender uma quadrilha que fazia "phishing".
Outra praga que infernizou os usuários de PC em 2004 foi o spam -mensagens comerciais não-solicitadas. A equipe de segurança do Comitê Gestor da Internet Brasileira (www.nbso.nic.br) recebeu 1,1 milhão de reclamações relacionadas a spam.
Os principais provedores de e-mail, como o Hotmail (www.hotmail.com), implantaram sistemas de filtragem, mas a eficiência deles não é total. A tecnologia Sender Policy Framework (spf.pobox.com), que promete dificultar o envio de spam pois dificulta criar remetentes falsos, ainda não se popularizou.
Numa medida dramática, o provedor norte-americano Lycos (www.lycos.com) lançou, em dezembro, um programa que, quando instalado pelo usuário, atacava periodicamente os sites e internautas considerados emissores de spam. Como isso tem um efeito colateral grave -gera muito tráfego de dados, o que congestiona a internet-, o Lycos resolveu recolher o programa.

Navegação
Boa parte dos problemas de segurança do Windows está ligada a seu navegador, o Internet Explorer. Por isso, cada vez mais internautas adotam o Firefox (www.mozilla.org): desde o lançamento oficial do soft, em 9 de novembro, 14,2 milhões de cópias do programa foram baixadas. (BG)


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