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SEGURANÇA
Número de pragas bate recorde em 2004, e truque para roubar senha bancária se dissemina
Ano tem mais vírus, golpes e lixo eletrônico
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano passado foi particularmente ruim para a segurança dos
PCs. Primeiro, o número de vírus
superou a marca de 100 mil -o
anúncio, que foi feito pela empresa de antivírus McAfee, ocorreu
em setembro.
Num esforço para reforçar o sistema operacional Windows XP, a
Microsoft desenvolveu uma atualização gratuita, que se chama
Service Pack 2 (SP2) e pode ser
obtida em windowsupdate.microsoft.com.
Segundo a empresa de Bill Gates, a SP2 já foi baixada por mais
de 100 milhões de usuários. Ela
trouxe melhorias relevantes, como um firewall (programa que
barra a invasão de hackers) de
acionamento automático e um
sistema de monitoramento que
avisa o usuário quando o micro
está sem um antivírus instalado.
Apesar disso, a SP2 enfrentou
problemas graves. Além de interferir com alguns programas (veja
uma lista, que está em português e
foi compilada pela Microsoft, em
support.microsoft.com/default.aspx?kbid=842242, revelou-se vulnerável: poucos dias depois do lançamento da atualização, a empresa de segurança Secunia e a revista alemã "PC Welt"
descobriram duas falhas graves
na SP2, que permitiriam a pessoas
mal-intencionadas inserir vírus
no micro e desprotegiam pastas
compartilhadas em redes domésticas ou de pequenas empresas.
Segundo o instituto norte-americano Sans (www.sans.org), que
trabalha com o FBI -polícia federal norte-americana-, o tempo médio que um computador
com sistema operacional Windows, mas sem firewall ativo e
sem atualizações de segurança, leva para receber o primeiro ataque
é curto: 20 minutos.
Trapaça
2004 foi, também, o ano do
"phishing": prática que consiste
em enviar e-mails que imitam as
páginas de bancos. O objetivo é
induzir o internauta a digitar dados sensíveis, como senhas de
conta corrente e números de cartão de crédito, que são capturados
pelo remetente da mensagem
fraudulenta.
Segundo o Anti-Phishing Working Group (www.antiphishing.org), houve um aumento de
28% nos casos de "phishing" entre julho e novembro, mês em que
foram catalogados 8.459 novos tipos de golpe. Os Estados Unidos
lideram o "phishing", com 27%
dos golpes, mas o Brasil está em
sexto lugar, empatado com a Alemanha (2,1%). A Polícia Federal
chegou, inclusive, a prender uma
quadrilha que fazia "phishing".
Outra praga que infernizou os
usuários de PC em 2004 foi o
spam -mensagens comerciais
não-solicitadas. A equipe de segurança do Comitê Gestor da Internet Brasileira (www.nbso.nic.br)
recebeu 1,1 milhão de reclamações relacionadas a spam.
Os principais provedores de e-mail, como o Hotmail (www.hotmail.com), implantaram sistemas de filtragem, mas a eficiência deles não é total. A tecnologia
Sender Policy Framework (spf.pobox.com), que promete dificultar o envio de spam pois dificulta criar remetentes falsos, ainda não se popularizou.
Numa medida dramática, o
provedor norte-americano Lycos
(www.lycos.com) lançou, em dezembro, um programa que, quando instalado pelo usuário, atacava
periodicamente os sites e internautas considerados emissores de
spam. Como isso tem um efeito
colateral grave -gera muito tráfego de dados, o que congestiona
a internet-, o Lycos resolveu recolher o programa.
Navegação
Boa parte dos problemas de segurança do Windows está ligada a
seu navegador, o Internet Explorer. Por isso, cada vez mais internautas adotam o Firefox (www.mozilla.org): desde o lançamento
oficial do soft, em 9 de novembro,
14,2 milhões de cópias do programa foram baixadas.
(BG)
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