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Camadas de silício absorvem três cores
DA "DISCOVER"
O X3 é baseado numa propriedade muito conhecida do silício.
Ele absorve diferentes comprimentos de onda, ou cores, de luz
em profundidades diferentes de
sua superfície.
Uma folha padrão de silício puro de cristal -o disco polido, de 5
a 8 polegadas de diâmetro, sobre
o qual é feita a maioria dos microchips- tem cerca de 0,04 polegada de espessura.
A absorção de luz visível acontece a 0,0001 polegada da superfície
da folha de silício.
Para ter uma idéia do que isso
representa, imagine que a folha de
silício seja um lago com 300 metros de profundidade. Nesse caso,
toda a absorção de luz aconteceria
a um metro da superfície.
O que a Foveon fez foi embutir
um sanduíche de três sensores de
luz dentro daquela região minúscula de 0,0001 polegada.
Tons distintos
A construção dos sensores de
luz utilizados na tecnologia X3 é
um segredo da empresa, mas seu
princípio de funcionamento é física básica.
A luz azul, que possui o menor
comprimento de onda -cerca de
0,00002 polegada-, é absorvida
mais perto da superfície.
A luz verde, com comprimento
de onda maior, penetra um pouco
mais fundo. A vermelha, que tem
o maior comprimento de onda
-cerca de 0,00003 polegada-
penetra mais fundo antes de ser
absorvida.
Quando os fótons (partículas de
luz) batem nos átomos de silício,
ocorre a liberação de elétrons. Estes geram cargas elétricas, que são
medidas pelos sensores.
Foi preciso quase um século para descobrir a melhor maneira de
fotografar em cores. Mas, depois
que o filme Kodachrome foi aperfeiçoado, em 1935, as tecnologias
concorrentes praticamente sumiram do mapa.
Ao encontrar a solução mais
simples e confiável para o problema -uma emulsão fotoquímica
com três camadas-, a Kodak
venceu a guerra das cores.
Desde então, o filme colorido já
foi aperfeiçoado várias vezes, e
outras empresas abocanharam
uma parte significativa do mercado. Mas a emulsão com três camadas ainda é a solução mais
aceita.
"Exatamente a mesma coisa vai
acontecer com a captura eletrônica", diz Mead. "O X3 vai ser a tecnologia de captura eletrônica que
vai sobreviver. Não tenho dúvida
disso."
Sistema atual
Se o resto do setor ainda não está disposto a entregar os pontos, é
porque a tecnologia contra a qual
Mead se bate reina inconteste,
apesar de suas falhas, praticamente desde que foi inventada.
Se você já comprou uma câmera de vídeo ou digital, provavelmente já viu as letras CCD impressas no aparelho. São as iniciais de ""charge-coupled device",
ou dispositivo de carga acoplada.
Versões do CCD foram inventadas independentemente nos Bell
Labs e na Philips Electronics há
cerca de 33 anos. Elas geraram
imagens muito melhores do que
as que podiam ser obtidas com
outros sensores, o que proporcionou seu sucesso.
Os CCDs especializados, de exposição longa, se mostraram inestimáveis na astronomia, e a tecnologia também ajudou a popularizar as câmeras de vídeo e as máquinas fotográficas digitais.
CMOS
Se o CCD era a lebre da corrida
das imagens digitais, a tartaruga
era o CMOS, ou semicondutor
complementar metal-óxido.
O CMOS é um processo sofisticado desenvolvido nos anos 60
que produz chips com muitos
transistores. Sem ele, o X3 não teria acontecido.
Embora os chips CMOS não
rendessem boas imagens num
primeiro momento, eles davam
ótimos microcircuitos e acabaram se tornando a espinha dorsal
da revolução dos computadores.
A tecnologia CMOS foi a que
Gordon Moore, o primeiro presidente da Intel, tinha em mente
quando, em 1965, fez sua célebre
previsão que acabou ficando conhecida como Lei de Moore: a
densidade dos transistores num
processador dobraria a cada ano
que passa.
Antes de refinar sua previsão,
mudando-a para "dobrar a cada
18 meses", Moore consultou um
especialista em miniaturização de
circuitos -um jovem e brilhante
professor do Caltech chamado
Carver Mead.
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