São Paulo, quarta-feira, 06 de fevereiro de 2008

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HOLLYWOOD VAI AO MIT

Teletransporte ainda engatinha

SHARON GAUDI
DA "COMPUTERWORLD"

A vida se encontrou com a ficção quando um ator e um diretor de Hollywood se sentaram com pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para comparar a realidade do teletransporte com a versão feita no filme "Jumper", que estréia na próxima semana nos Estados Unidos.
"Tudo é um pouco menos exótico do que você vê no filme", afirmou Edward Farhi, diretor do Centro de Física Teórica do MIT. "Teletransporte já foi alcançado movendo um único próton por cerca de 3,2 quilômetros. Mas teletransportar uma pessoa? Isto ainda está bem longe da realidade. O estado quântico de uma criatura viva é bastante formidável. Essa opção simplesmente não está em um futuro próximo."
Para as luzes e os efeitos especiais de Hollywood, está. Em "Jumper", que chega ao Brasil no mês que vem, um homem descobre que tem a habilidade de se teletransportar a qualquer lugar. Ele pensa no lugar ao qual pretende ir e pula.
O filme, dirigido por Doug Liman, pode ter pego a realidade do teletransporte e a distorcido um bocado. Mas o ator Hayden Christensen, que ganhou fama ao viver Anakin Skywalker nos episódios segundo e terceiro de "Star Wars", afirmou que é uma fantasia encantadora, antes de clipes do filme serem exibidos para uma audiência no MIT.
Já Liman disse que tentou buscar os dados reais da ciência por trás do teletransporte, tendo conversado com especialistas Isso não significa que o filme tenha algo de concreto.
Teletransporte quântico, Farhi explicou à audiência, consiste em destruir algo no lugar original e recriá-lo em outra posição. Para fazer isso com um elétron, por exemplo, cientistas precisariam ter outro elétron, basicamente um parceiro, no lugar onde querem que o primeiro elétron apareça. O segundo elétron então receberia a essência do primeiro.
"O teletransporte quântico ocorreu no laboratório", acrescentou Farhi. "Foi possível mover duas partículas únicas por 3,2 quilômetros, mas não há transporte instantâneo."
E há outro problema: "Uma vez que você destrói o estado quântico de um objeto, essa coisa não existe mais", explicou o pesquisador. "Se você mexe com teletransporte, então você desaparecerá."
Mas o fato de não ser baseado na dura realidade não tira a importância da ficção científica, acredita Max Tegmark, professor de física do MIT: "Os filmes podem fazer com que crianças se interessem em aprender sobre ciência".


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