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HOLLYWOOD VAI AO MIT
Teletransporte ainda engatinha
SHARON GAUDI
DA "COMPUTERWORLD"
A vida se encontrou com a
ficção quando um ator e um diretor de Hollywood se sentaram com pesquisadores do
MIT (Instituto de Tecnologia
de Massachusetts) para comparar a realidade do teletransporte com a versão feita no filme "Jumper", que estréia na próxima semana nos Estados
Unidos.
"Tudo é um pouco menos
exótico do que você vê no filme", afirmou Edward Farhi, diretor do Centro de Física Teórica do MIT. "Teletransporte já foi alcançado movendo um único próton por cerca de 3,2 quilômetros. Mas teletransportar
uma pessoa? Isto ainda está
bem longe da realidade. O estado quântico de uma criatura viva é bastante formidável. Essa
opção simplesmente não está
em um futuro próximo."
Para as luzes e os efeitos especiais de Hollywood, está. Em
"Jumper", que chega ao Brasil
no mês que vem, um homem
descobre que tem a habilidade
de se teletransportar a qualquer lugar. Ele pensa no lugar
ao qual pretende ir e pula.
O filme, dirigido por Doug Liman, pode ter pego a realidade
do teletransporte e a distorcido
um bocado. Mas o ator Hayden
Christensen, que ganhou fama
ao viver Anakin Skywalker nos
episódios segundo e terceiro de
"Star Wars", afirmou que é uma
fantasia encantadora, antes de
clipes do filme serem exibidos
para uma audiência no MIT.
Já Liman disse que tentou
buscar os dados reais da ciência
por trás do teletransporte, tendo conversado com especialistas Isso não significa que o filme tenha algo de concreto.
Teletransporte quântico,
Farhi explicou à audiência,
consiste em destruir algo no lugar original e recriá-lo em outra
posição. Para fazer isso com um
elétron, por exemplo, cientistas precisariam ter outro elétron, basicamente um parceiro,
no lugar onde querem que o
primeiro elétron apareça. O segundo elétron então receberia
a essência do primeiro.
"O teletransporte quântico
ocorreu no laboratório", acrescentou Farhi. "Foi possível mover duas partículas únicas por
3,2 quilômetros, mas não há
transporte instantâneo."
E há outro problema: "Uma
vez que você destrói o estado
quântico de um objeto, essa
coisa não existe mais", explicou
o pesquisador. "Se você mexe
com teletransporte, então você
desaparecerá."
Mas o fato de não ser baseado
na dura realidade não tira a importância da ficção científica,
acredita Max Tegmark, professor de física do MIT: "Os filmes
podem fazer com que crianças
se interessem em aprender sobre ciência".
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