São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIDEOGAMES

Jogos estimulam o cérebro com testes consagrados na vida real

Quebre a cabeça

PABLO MIYAZAWA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A capacidade de estimular a inteligência dos jogadores é um tema constante nas discussões acadêmicas sobre videogames.
A questão ganhou corpo ao ser defendida pelo escritor norte-americano Steven Johnson, no recém-lançado "Surpreendente!: a Televisão e o Videogame nos Tornam mais Inteligentes". Mas, para grande parte do público, os jogos eletrônicos não passam de uma forma rasa de escapismo.
Aproveitando-se da discussão -ou enxergando um filão pouco explorado-, as produtoras resolveram investir na idéia de "exercitar os músculos cerebrais" dos jogadores. Nos consoles portáteis, as opções de testes de inteligência disfarçados já são várias, e apontam suas miras para usuários mais velhos e jogadores casuais.

Idade cerebral
O Nintendo DS tornou-se o grande celeiro do gênero, com nada menos do que seis jogos para a plataforma disponíveis no mercado japonês. Lançado em maio de 2005, Brain Age: Train Your Brain in Minutes a Day alcançou a expressiva marca de 1,5 milhão de cópias vendidas no Japão.
O game se dispõe a medir "a idade do cérebro" do jogador com desafios de perspicácia baseados em testes consagrados. Inspirado nas pesquisas do cientista japonês Ryuta Kawashima, especialista em estimulação cerebral por meio de leituras e de exercícios matemáticos, o jogo oferece testes de memória, quebra-cabeças com números e provas de rapidez.

Sucesso
O que diferencia Brain Age dos testes de QI encontrados em abundância na internet é o uso criativo dos recursos do Nintendo DS, como a tela sensível e o microfone embutido. A versão norte-americana será lançada em abril. Uma continuação foi lançada recentemente no Japão e já repete o sucesso do anterior, com 1,3 milhão de cópias vendidas.
Bem-sucedido, o Brain Age gerou clones que indicam que a mania não deverá ser passageira. O jogo Big Brain Academy, da Nintendo, que chega também em abril ao DS, investe na mesma premissa: testar a inteligência do usuário com atividades que misturam lógica, memória, matemática e simulações.
O destaque é a possibilidade de até oito jogadores simultâneos usando apenas um cartucho.
Já a japonesa Interchannel criou a série Right Brain Training DS, linha de jogos que busca educar o "lado direito do cérebro"com testes baseados em memória, julgamentos e concentração. Três títulos para o portátil da Nintendo já chegaram às lojas e há a promessa de outros para breve.

PSP
O PSP da Sony também oferece opções. PQ: Practical Intelligence Quotient traz uma centena de quebra-cabeças práticos desenvolvidos por especialistas e permite ao jogador computar sua pontuação em um ranking on-line mundial.
Também para o PSP, o Go! Sudoku apresenta milhares de desafios matemáticos baseados em um dos mais populares quebra-cabeças do Japão. Uma versão para DS está prevista para este ano.
Mas nem só de testes de QI vivem os games inteligentes. Lançado apenas no Japão para o Nintendo DS, o Eigo Ga Nigate Na Otona No não é um jogo, mas um soft de treinamento de idiomas para "pessoas que não falam bem inglês", como aponta o título.


Texto Anterior: Primeiras impressões: DVD toca e grava conteúdo ao vivo
Próximo Texto: PQ traz desafios de raciocínio lógico
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.