|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JOGOS
Empresas brasileiras têm parceria com universidades para desenvolver títulos; treinamento pessoal é outro nicho
Produção brasileira de games cresce 5%
MIRNA FEITOZA
RENATA GOMES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Sim, o Brasil já tem um mercado
de empresas de games. E apesar
da pirataria, que mina a possibilidade de venda nas prateleiras, e
dos impostos (em São Paulo, o
ICMS dos jogos lançados passou
de 7% para 18%), os empreendedores estão animados. É o que ficou patente durante o segundo
Encontro de Design de Games da
Universidade Anhembi Morumbi, realizado na semana passada,
em São Paulo.
Prova da efervescência do setor
foi a fundação, há dois meses, da
Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos
Eletrônicos). Conforme estimativa da entidade, no ano passado o
entretenimento digital produzido
no Brasil cresceu 5% e faturou
cerca de R$ 300 milhões. Nos
EUA, a cifra chega a US$ 10 bilhões por ano.
Engana-se quem pensa que o
setor se restringe ao entretenimento. Há três anos, a Jynx Playware, empresa do Recife, explora
o nicho dos "jogos sérios", cujas
vedetes são os GBLs (games-based learning), simulações usadas
em treinamento de pessoal.
A busca pelo desenvolvimento
de tecnologia própria é outra importante investida. Exemplo disso
é o "Stock Car", jogo de corrida
que surgiu de parceria da Matic,
empresa de brinquedos eletrônicos, com o LSI (Laboratório de
Sistemas Integráveis) da USP.
O jogo, que fica pronto em julho, simula a física dos circuitos
automobilísticos brasileiros, pondo o jogador nas curvas de Interlagos (SP), Jacarepaguá (RJ) e nos
circuitos de Brasília e Curitiba.
O Projeto Calango, gerenciado
por PUC-Rio, UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e
Unisinos (Universidade do Vale
do Rio dos Sinos), é outra iniciativa nessa direção: a meta é desenvolver uma plataforma de software livre para ser usada gratuitamente pelos empreendedores.
Com as dificuldades impostas
pela pirataria, há empresas que se
voltam para o mercado internacional. A afirmação é de Gustavo
Goedert, sócio e programador da
Southlogic, que fechou contrato
com a Atari USA para desenvolver Deer Hunter 2004, jogo que
explora uma mania nos EUA: os
games de caça.
MIRNA FEITOZA e RENATA GOMES
são doutorandas e pesquisam sobre games na PUC-SP.
Texto Anterior: Editor gráfico é opção para iniciantes Próximo Texto: Webjogos divertem de graça no PC Índice
|