São Paulo, quarta, 9 de dezembro de 1998

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"Quem não usa micro será analfabeto"

da Reportagem Local

"Quem não souber mexer no computador vai ser analfabeto no futuro." Quando a dona-de-casa Olecina Opipari, 67, ouviu essa frase, ficou preocupada.
Decidiu que vai fazer um curso de computação em 99. Hoje, ela está no segundo ano da Faculdade Aberta para a Terceira Idade Costa Braga, em São Paulo. Estuda história da arte, entre outras disciplinas.
Therezinha de Jesus Armelin, 63, também faz o curso para a terceira idade e está se inscrevendo no curso de computação da faculdade, que é opcional. Ganhou de presente do marido um computador Pentium MMX de 233 MHz e está animada com a possibilidade de poder pôr em prática o que aprende na escola.
Estuda espanhol e quer fazer exercícios no micro com o auxílio de CDs. "É uma forma de aperfeiçoar meu espanhol", diz. Também está fascinada com o fato de poder se comunicar com outras pessoas pela Internet. Dos seus cinco netos, quatro mexem com computador.
Wilson Armelin, 64, seu marido, decidiu entrar na era da informática em 93, quando comprou seu primeiro micro portátil. Desde aquele ano, não parou mais de se atualizar, comprando sempre o equipamento mais moderno.
Armelin evitou informatizar-se antes por achar que teria de dedicar mais tempo à informática. Dito e feito. Hoje, ao chegar ao escritório, habitualmente abre sua caixa de correio eletrônico. Recebe uma média de 20 mensagens por dia. Procura responder a todas.
Não sai de casa sem carregar sua valise munida de um palmtop, uma câmera fotográfica digital e um dicionário eletrônico.
Sempre que vai a uma reunião importante, tira fotografias do evento. "Se alguém pede uma cópia da foto, pergunto se a pessoa tem e-mail", diz. Se não tiver, Armelin não hesita em dizer que é melhor conseguir um, "caso contrário não envio cópia alguma".
A professora de espanhol Maria Blanca Yvette Murillo, 61, entrou para a era da Internet sem medo. Depois de reencontrar um amigo de escola na Europa, descobriu o e-mail para manter contato.
Comprou um Pentium MMX e troca e-mail com o amigo da Espanha e com o irmão de 67 anos, que mora no Peru. (MARIJÔ ZILVETI)



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