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TECNOLOGIA
Empresa testa uso em partidas na Alemanha
Sistema com chips e receptores ajuda juízes em jogo de futebol
GUSTAVO POLONI
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE LONDRES
A final da Copa de 66 é, até hoje,
uma das polêmicas da história do
futebol. Disputada na Inglaterra,
teve como finalistas o time da casa
contra os alemães. O jogo estava
equilibrado até os 11 minutos da
prorrogação, quando Geoff Hurst
disparou um petardo que explodiu no travessão. A bola pingou
perto da linha do gol e o juiz, convicto, apontou para o meio de
campo. Era o terceiro gol da vitória dos ingleses por 4 a 2, que deixaria o título na Inglaterra. Mas,
até hoje, o jogo gera muita discussão. Afinal: a bola ultrapassou ou
não a linha do gol?
Se depender da nova tecnologia
desenvolvida pela empresa alemã
Cairos Technologies e inspirada
nessa polêmica final, esse tipo de
dúvida não mais existirá. A empresa está na fase final de teste de
uma tecnologia chamada Smartball (bola esperta, em inglês). "Ela
deve ajudar os juízes dentro do
gramado", diz Hanno Reinert,
presidente da Cairos.
Composto por uma rede de receptores e processadores instalados ao redor do campo, na bola e
na caneleira dos jogadores, o sistema vai permitir que os árbitros
apontem com mais facilidade impedimentos e marquem gols em
lances duvidosos -como o da final da Copa de 66.
A idéia é simples. Para ajudar a
assinalar impedimentos, os 22 jogadores dentro de campo terão
pequenos processadores instalados em suas caneleiras. Assim, toda vez que um jogador ficar à
frente da linha dos marcadores o
sistema envia sinais para o relógio
de pulso do juiz. Ao mesmo tempo, o sistema envia também um
sinal para o placar eletrônico do
estádio. Ela dirá qual a infração
assinalada (no caso, impedimento) e o nome do jogador pego de
toalha e sabão na banheira do time adversário.
"Antes mesmo de o juiz pensar
em apitar o gol, o sistema o fará",
disse Reinert. Para assinalar o gol
numa jogada polêmica, quando a
bola mal ultrapassa a linha do gol,
o sistema contará com um pequeno processador instalado dentro
da bola. Assim como no impedimento, ele também envia sinais
para o relógio do juiz e para o placar eletrônico. Uma rede de receptores e um computador instalado fora do gramado são responsáveis por analisar todos os dados
enviados pelos 23 processadores
em campo. "Para uma partida
profissional, seis receptores devem ser suficientes", acredita o
presidente da Cairos.
O Smartball é capaz também de
enviar informações sobre o estado físico de cada um dos atletas
em campo para o departamento
médico do time. Pode ainda determinar a velocidade, distância e
força dos chutes. O sistema está
sendo testado em um estádio alemão. Em 2003, pesquisadores da
Universidade de Munique vão
testar a confiabilidade e a precisão
do sistema. Se der certo, ele será
testado em campo em 2004.
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