ALEXANDRE VERSIGNASSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um lugar para trocar idéias e "botar a boca no trombone". É no que a rede se transforma quando o tema é racionamento de energia. São sites, correntes de e-mail e fóruns on-line -páginas nas quais internautas publicam suas opiniões sobre algo- movidos pelo assunto.
O fórum do especial Crise Energética, da Folha Online (www.folha.com.br), serve de exemplo. Ele recebeu cerca de 2.000 mensagens em um mês. Para comparar: outros grupos de discussão desse site costumam receber entre 100 e 400 mensagens durante o mesmo período de tempo.
A maior parte do que é postado lá são críticas às medidas impostas pelo governo para forçar a redução no consumo de energia.
Mas os fóruns sobre racionamento, em geral, não vivem só de protestos contra sobretaxas e cortes no abastecimento -os propalados apagões. Tanto que alguns são voltados também para a outra face da crise energética: ter de se virar para diminuir o número de kWh da conta de luz.
É o caso do seção Racionamento da página de fóruns do UOL (www.uol.com.br/forum). Lá há dicas informais, de internauta para internauta. Cada um conta seu "jeitinho" de economizar energia, com mensagens como: "Pegue o ferro e mande ver, sem se preocupar em dobrar as roupas já passadas enquanto ele estiver ligado" ou "Desligue o chuveiro na hora em que estiver se ensaboando".
Além disso, na seção Sociedade do site, há um fórum para que internautas digam o que pensam sobre o racionamento.
O portal Globo.com traz grupos semelhantes: há uma sala para a troca de dicas de como economizar energia e outra para que os visitantes emitam suas opiniões. Ambas estão no endereço www.globo.com/apagao.
Veja também os fóruns sobre racionamento dos portais Terra e Starmedia. Esses grupos de discussão, que estão entre os mais visitados de cada um dos sites, ficam na seção Racionamento do endereço http://forum.terra.br:82/webforum e no item Dinheiro da página http://forumnew.starmedia.com, respectivamente.

E-mail
Quem ainda não recebeu algum e-mail alusivo ao apagão? Afinal, mensagens assim têm alastrado-se pelas caixas de entrada dos internautas brasileiros como verdadeiros vírus de computador.
"Tenho fortalecido as correntes de e-mail contra o racionamento, encaminhando as mensagens para o maior número possível de pessoas e organizações. E a velocidade da internet é o que propicia essa disseminação", diz Vera de Fátima Vieira, coordenadora de uma organização não-governamental.
O teor dos e-mails antiapagão varia. Alguns, mais apaixonados, trazem textos que pregam revoltas populares e a deposição do governo. Outros, mais didáticos, chegam a usar programas gráficos para explicar a crise.
Também começam a surgir grupos de discussão via e-mail feitos para debater o racionamento. Para entrar neles, o internauta cadastra-se em sites específicos e passa a trocar mensagens com outros usuários que tenham interesse em um mesmo assunto.
"A internet só é eficiente para protestos e questionamentos quando o que é emitido for recebido pelas pessoas certas", diz o estudante Otávio Augusto Faria. Ele faz parte de um grupo de discussão por e-mail chamado Apagão, que, organizado pelo site www.meusgrupos.com.br, conta com mais de 200 membros.


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