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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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Polícia de MG vasculha rede

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Dercife/MG (Delegacia de Repressão ao Crime Informático e às Fraudes Eletrônicas de Minas Gerais) instaurou 119 inquéritos em 2003. Desse total, 15% são crimes relacionados com a internet.
Criada em novembro de 1998, a unidade investiga delitos que vão do estelionato com cartões clonados à pirataria de CDs.
Dos cibercrimes que passam pela delegacia, a maioria envolve pedofilia e difamação. "Mas as questões relativas à pornografia infantil estão crescendo de forma muito rápida", afirma o delegado-titular da unidade, William Leroy.
Crescimento, nesse caso, significa que denúncias e informações sobre pedofilia na rede estão chegando com maior frequência à delegacia -e continuam a ser o principal ponto de partida das investigações.
Como só denúncias não bastam, a delegacia mantém dois funcionários plugados dia e noite na internet. Os detetives virtuais vasculham salas de bate-papo e sites suspeitos em busca de sinais de pedofilia.
A Dercife/MG trabalha com programas de rastreamento específicos, para identificação de rotas de e-mails e mensagens eletrônicas. As ferramentas, no entanto, são mantidas em sigilo.
Quando as redes de pedofilia são acionadas a partir de terminais públicos ou cibercafés, a caçada fica mais difícil, diz Leroy. "O provedor tem de ter aparato necessário para armazenar e prestar informações [sobre usuários]. Isso às vezes não acontece e é um problema sério."
O cerco aos criminosos esbarra ainda na falta de infra-estrutura da delegacia. "Não há orçamento que possa dar suporte às mudanças no mundo virtual", afirma o delegado-titular.
Outra dificuldade é o acesso aos grupos fechados de discussão, nos quais o fluxo de pornografia infantil é menos controlado. "Só conseguimos esses acessos quando temos referência de alguém de dentro [dos grupos]. É uma questão que precisamos avançar mais."


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