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São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2003

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INTERNET

Intel anuncia acordo para desenvolver sistema que deverá ter maior velocidade de transmissão e maior alcance

Cresce oferta pública de acesso sem fio

05.jul.2003 - Paul Sakuma/Associated Press
Placa anuncia acesso sem fio em novo hotel na Califórnia


JOHN MARKOFF
DO "THE NEW YORK TIMES"

A explosão do Wi-Fi está quase chegando ao fim? Ainda que, ultimamente, essa tenha se tornado a opinião corrente, a resposta é: não. Os críticos argumentam que há muitos concorrentes tentando fornecer conexões sem fio de alta velocidade à internet. Os preços da maioria dos serviços de Wi-Fi são muito altos, dizem eles, e existem operações gratuitas ou subsidiadas em abundância, incluindo aquelas semelhantes à operação que uma filial do McDonald's iniciou na semana passada em suas lanchonetes em San Francisco. Tudo isso tornará praticamente impossível, insistem os céticos, para qualquer um empreender um negócio lucrativo na área de Wi-Fi, uma tecnologia que libera os computadores pessoais de suas amarras físicas à internet.
Mas muitos dos que acreditam verdadeiramente no Wi-Fi compareceram a uma conferência anual realizada em Idaho, organizada pelo banqueiro investidor Herbert Allen, que reúne líderes da tecnologia, da mídia e da indústria de entretenimento. A Intel, em particular, está apostando muito dinheiro no Wi-Fi. E isso pode ser exatamente o que a nova tecnologia precisa para ser um sucesso. Os dois principais executivos da Intel, Craig R. Barrett e Andrew S. Grove, pregam as virtudes do Wi-Fi, acreditando que provocará uma poderosa mudança na indústria de telecomunicações.
A tecnologia, certamente, foi uma força que provocou uma mudança na Intel, que aposta no sistema depois de ter defendido o padrão sem fio errado, empregando seus recursos em um padrão concorrente conhecido como Home RF. Mas a Intel, a maior fabricante mundial de chips para computadores, mudou sua estratégia depois que seus executivos perceberam o poder e o potencial de penetração do padrão de rede sem fio não regulamentado Wi-Fi, tecnicamente conhecido como padrão 802.11.
Nesses três meses desde que lançou seus chips para PC sem fio, a Intel conseguiu dominar o mercado de Wi-Fi. Ela está colocando circuitos Wi-Fi em todos os seus conjuntos de chips para computadores portáteis, investindo largamente no início da operação da indústria de Wi-Fi e gastando quase que todo o seu orçamento anual de marketing em uma campanha publicitária de US$ 300 milhões apregoando as virtudes de sua marca Centrino sem fio.
Na última semana, a empresa anunciou discretamente que está se unindo a um pequeno fabricante de equipamentos, a Alvarion, de Tel Aviv, Israel, para respaldar uma norma livre de tecnologia sem fio para enviar dados a distâncias acima de 30 milhas e em velocidades de até 70 Mbps. A taxa de dados é alta o suficiente para confortavelmente fazer transmissões de vídeo em televisão de alta definição, e a faixa possibilita a rápida implantação de um sistema em uma grande área urbana ou suburbana. Por comparação, a tecnologia Wi-Fi atual está limitada a distâncias de diversas centenas de pés e velocidades de 11 Mbps por segundo.
O teste da Intel, entretanto, fará uma experiência usando o padrão 802.16, conhecido como WiMax, para distribuir os dados para antenas de Wi-Fi em bairros locais. Se a Intel for capaz de surpreender o mercado e atingir milhões de lares com um serviço interativo de dados e vídeo relativamente conta, a tecnologia poderá rapidamente mudar o cenário das comunicações.
Existem, atualmente, cerca de 40 milhões de usuários de Wi-Fi, segundo a Intel, e agora está havendo uma explosão de oferta de acesso Wi-Fi em hotéis, cafeterias, restaurantes e aeroportos. Uma nova onda de dispositivos portáteis virá brevemente complementar os computadores pessoais portáteis para uma classe de trabalhadores itinerantes que os analistas chamam "soldados de pára-brisa".

Fundo de quintal
Em muitas regiões em todo o país, redes urbanas de Wi-Fi gratuitamente disponíveis estão sendo implantadas rapidamente, cada vez mais, por pequenos grupos de voluntários e de pessoas que têm a rede de computadores como hobby.
Em San Francisco, por exemplo, dois grupos comunitários, o SFLAN e o Bay Area Research Wireless Network, combinaram seus esforços para criar uma rede "de fundo de quintal". O grupo tem 12 pontos públicos de interconexão ligados em uma malha simples. Os voluntários que aceitam gastar US$ 1.000 por uma simples antena e um roteador de Wi-Fi estão se interconectando de um ponto a outro na cidade, disponibilizando sinais de cada antena em um raio de aproximadamente um quarteirão.
O grupo planeja implantar mais 20 pontos de interconexão no próximo mês e colocar antenas no topo do Twin Peaks, um ponto alto na cidade, e sobre a ilha Yerba Buena, na baía de San Francisco.
A antena de Yerba Buena permitirá ao grupo que leve o Wi-Fi gratuito para a baía Leste. O projeto é que o exemplo facilite a construção de redes similares em outras comunidades.

Tradução de Angela Caracik


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