São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 2005

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PÁGINAS DO SABER

Google está na liderança da corrida pela digitalização de livros; Amazon venderá obras em pedaços

Guerra digital tem estantes como arena

DA REPORTAGEM LOCAL

Google, Microsoft e Yahoo! decidiram se enfrentar entre as estantes. Os três portais desenvolvem projetos de digitalização de livros, com o objetivo de incorporar as obras ao leque de resultados de suas buscas.
O programa mais avançado até o momento é o Google Print (www.print.google.com), pelo qual o internauta pode pesquisar por livros ou por assunto e visualizar capa, índice e trechos de publicações relacionadas.
Em cada resultado, são apresentados links de lojas on-line e de bibliotecas locais nas quais o livro em questão pode ser encontrado -é possível até buscar por edições usadas.
No último dia 3, cerca de 10 mil livros inteiramente digitalizados foram incorporados ao catálogo do Google, alimentado pelo acervo das bibliotecas das universidades de Michigan, de Harvard e de Stanford e da biblioteca pública de Nova York.
Mas, ao contrário do que se poderia supor, não é possível lê-los pela internet. O serviço permite apenas fazer buscas por trechos do livro nos quais determinada palavra aparece e informar o número de vezes em que esta se faz presente na obra. Com isso, o Google tenta apaziguar o ânimo das editoras que o acusam de pirataria.
Outra iniciativa da empresa nesse sentido é o Publisher Program (print.google.com/publisher), um canal para que os autores enviem suas obras ao Google por espontânea vontade.

Grandes planos
Cuidados com proteção autoral também foram tomados pela Microsoft, que iniciou sua empreitada pela digitalização literária por obras de domínio público.
A grande fonte alimentadora do acervo será a British Library, a principal biblioteca britânica. Cerca de 25 milhões de suas páginas de papel ganharão versão digital para compor o MSN Book Search, a ser lançado em 2006. O investimento da empresa deve chegar a US$ 200 milhões.
Com planos ainda mais abrangentes, o Yahoo! pretende incluir em seu acervo não só livros mas também arquivos de vídeo e de áudio. Em parceria recentemente anunciada com a Open Content Alliance, organização composta pelo Yahoo!, Adobe, Hewlett-Packard, Internet Archive, O'Reilly Media e pelas universidades da Califórnia e de Toronto, o projeto será abastecido por contribuições voluntárias dos autores e não pretende abranger obras com proteção autoral, a não ser que haja uma autorização expressa dos detentores dos direitos.

Livraria
A Amazon (www.amazon.com), uma das primeiras e maiores livrarias on-line do mundo, anunciou dois serviços relacionados à digitalização de livros, prometidos para 2006.
Pelo Amazon Pages, os internautas terão a opção de adquirir apenas trechos das publicações, pagando alguns centavos de dólar por página comprada -o preço ainda não foi definido e poderá variar conforme a obra. Já pelo Amazon Upgrade, quem comprar um livro físico poderá, mediante pagamento de uma taxa, ter acesso permanente a uma versão on-line do mesmo.
Há alguns anos, a livraria permite que o internauta dê uma olhadela nas páginas digitais do livro antes de decidir comprá-lo. Segundo o criador da Amazon, Jeff Bezos, o canal, chamado Search Inside the Book, fez com que os livros que são folheados virtualmente apresentassem 8% de aumento nas vendas. (MB)


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