São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 2005

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Roubo de identidade digital cresce nos EUA

DA REUTERS

Mesmo com os bancos e órgãos reguladores se esforçando para evitar o roubo de identidades via internet, a preocupação com os fraudadores está convencendo muitos americanos de que acessar serviços bancários on-line é muito arriscado.
No fórum sobre roubo de identidade realizado em NovaYork, no início deste mês, especialistas em segurança disseram que os bancos estão tomando medidas para vencer os criminosos da internet, mas que estas medidas podem não ser suficientes.
"Os clientes podem fazer tudo certo -não fornecer suas senhas ou informações financeiras- e mesmo assim virarem vítimas", disse Susanna Montezemolo, analista da Consumers Union (União dos Consumidores).
Uma pesquisa encomendada em outubro pela empresa de segurança na internet Entrust e divulgada no fórum mostra que 18% dos americanos que já usaram serviços de banco via internet agora os usam bem menos ou não os usam mais, devido a preocupações com segurança. O estudo também mostra que 94% dizem que aceitariam sistemas de segurança adicionais.
A pesquisa foi realizada na mesma época em que o Federal Financial Institutions Examination Council (Conselho Federal de Análise das Instituições Financeiras) mandou os bancos melhorarem a segurança de acesso até o final de 2006.

Mais controles
O conselho, composto por instituições como o Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) e a Federal Deposit Insurance Corp. (Associação Federal de Seguradoras de Depósitos), espera que os bancos exijam ao menos duas formas de autenticação quando os riscos forem muito altos. A segunda autenticação pode funcionar com cartões inteligentes, sistemas que gerem senhas aleatórias ou sistemas biométricos, que identifiquem impressões digitais ou caligrafia.
Cerca de 10 milhões de americanos têm suas identidades digitais roubadas a cada ano, estima a Federal Trade Comission (Comissão Federal de Comércio).
O Congresso pretende criar padrões nacionais de segurança para combater o roubo de identidades. Michael Oxley, do Partido Republicano de Ohio, presidente do House Financial Services Committee (Comitê de Serviços Financeiros no Congresso), diz que as vítimas de roubo de identidade perdem cerca de 90 horas e US$ 1.700 para resolver o problema.

Métodos de roubo
Talvez a forma mais conhecida de roubo on-line seja o phishing, método em que os criminosos mandam um e-mail pedindo às possíveis vítimas que confirmem informações pessoais clicando em links que levam a sites falsos. Houve 13.776 tentativas de phishing em agosto, segundo o Anti-Phishing Working Group (Grupo de Trabalho Antiphishing).
Os fraudadores logo evoluíram e passaram a usar spywares (softwares espiões) e keylogging, formas de monitorar o uso que as vítimas fazem da internet e as palavras e senhas que digitam.
Neste ano, especialistas em segurança detectaram um aumento do pharming, técnica na qual os golpistas redirecionam o tráfego de sites legítimos sem ninguém perceber que estão fazendo isso.
"Spywares, keyloggers e pharming estão crescendo vertiginosamente", disse Michael Jackson, diretor-associado de supervisão de tecnologia do FDIC.
Montezemolo, da União dos Consumidores, disse que os usuários de computadores devem se certificar de que as suas conexões são seguras, variar as informações de identificação usadas em suas contas e não usar os serviços em computadores compartilhados.
Ela também encorajou os bancos a não determinar dados óbvios como nome de usuário.


Tradução de Flávio da Rocha Silveira

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