JULIANA CARPANEZ
DA FOLHA ONLINE

O debate sobre quem controla a internet deve ganhar força a partir de hoje, quando começa, na Tunísia, a Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (www.itu.int/wsis), evento promovido pela Organização das Nações Unidas. A discussão sobre o tema desagrada aos EUA -país que criou em 1998 o órgão regulador da rede mundial de computadores-, mas se tornou inevitável com a popularização do acesso à rede.
Os representantes norte-americanos terão de enfrentar debates com países que defendem a democratização do controle da internet -entre eles, Brasil, China, África do Sul e algumas nações européias.
Uma das idéias democratizantes é a criação de um fórum internacional para gerenciar as ciberquestões -atualmente, o controle da internet é feito pela Icann (Corporação da Internet para Nomes e Números Designados, em inglês), órgão sob responsabilidade do Departamento de Comércio norte-americano.
O novo modelo estrutural poderia diminuir a insatisfação de países que se vêem prejudicados por decisões unilaterais.
"No Brasil, o Comitê Gestor da Internet só libera nomes de marcas, de cidades e de Estados para aqueles que têm direitos sobre eles. Isso evita o uso de termos legítimos para promover sites ligados à pirataria e ao comércio ilegal", diz Rogério Santana, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento.
Além de discutir o controle da web, os participantes desta segunda fase da cúpula -a primeira foi em Genebra, em 2003- vão avaliar se os pontos discutidos há dois anos foram colocados em prática. Na primeira etapa do evento, as nações falaram principalmente sobre a democratização da sociedade da informação.