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BANDA LARGA
Usuários de internet via cabo não conseguem baixar conteúdo
Má conexão pára troca de arquivos
SÉRGIO VINÍCIUS
DA REPORTAGEM LOCAL
Assinantes dos provedores de
internet rápida via cabo Ajato
(www.ajato.com.br) e Vírtua
(www.virtua.com.br) estão com
dificuldades para usar programas
de troca de arquivos na internet.
O problema começou a ocorrer
maciçamente há cerca de dois
meses. Mas há relatos de usuários
dando conta de que a falha é recorrente e existe há mais tempo.
Programas de trocas de arquivos são comumente chamados de
peer to peer (ou P2P), que, em
português, significa ponto a ponto. Esse tipo de software permite
aos internautas trocar arquivos
on-line de forma rápida, diretamente entre os computadores de
pessoas conectadas, sem passar
por uma máquina central.
Uma das redes mais comuns
para troca de arquivos -e também o principal alvo do empacamento na troca de dados- é a
eDonkey (edonkey2000.com).
Usuários do protocolo BitTorrent
(www.bittorrent.com), que permite baixar da internet partes dos
arquivos separadamente, também estão tendo problemas para
receber arquivos.
A empresa Vírtua nega que estejam sabotando as conexões a
programas de trocas de arquivo, e
diz que não há nada de errado
com a rede. A Ajato, em nota enviada à Folha, disse que houve
uma instabilidade técnica da rede,
mas que tudo já está normalizado.
Os usuários são categóricos ao
afirmar que o problema só pode
ser nos provedores. "Consigo fazer tudo o que quero na internet
de forma fácil. Mas, quando vou
me conectar a um programa P2P,
a operação empaca", diz o artista
plástico Marcelo Pereira, usuário
do provedor Ajato.
O bancário Roberto Biollo, também usuário da Ajato, acredita
que há bloqueio do provedor. "Só
pode ser sabotagem. Já liguei no
atendimento várias vezes e eles
informam que o problema é do
meu computador, e não da conexão deles."
Três usuários do provedor Virtua, que não quiseram se identificar, contaram problemas semelhantes com a conexão de programas P2P.
Na internet, é possível encontrar diversas listas de discussão
sobre o assunto. Um das mais importantes é a Quero Meus P2P
(br.groups.yahoo.com/group/quero_meus_p2p), criada em dezembro de 2005 e que possui 250
membros. Nela, os assinantes discutem meios de resolver o problema domesticamente, pois se dizem cansados de reclamar com as
empresas e não receber ajuda.
"O que é mais absurdo é a empresa cortar o acesso, não dar satisfação nem admitir o erro", diz
Joaquim da Rocha Cavalcanti,
moderador da lista e usuário do
Vírtua.
No site oficial do Azureus, um
popular programa de troca de arquivos, há uma lista informando
quais provedores de internet ao
redor do mundo limitam o tráfego de dados. Entre diversos outros, o Vírtua é citado como um
deles. É possível conferir a relação
em azureus.aelitis.com/wiki/index.php/Bad_ISPs.
Para usuários que estão sofrendo com o problema, umas das saídas é criptografar os dados antes
de enviá-los. A manobra não permite que softwares que barram as
trocas de arquivos identifiquem o
que está transitando na rede.
Se houver bloqueio dos provedores, não há como eles saberem
o que está sendo transmitido.
Mas, se não ocorrer o bloqueio, a
artimanha não adiantará.
"Camuflar os dados, apesar de
ser algo que requer um bom conhecimento técnico, é uma saída
viável", diz o especialista em redes
Rodrigo Galan.
Em torrentfreak.com/how-to-encrypt-bittorrent-traffic há um
tutorial sobre como criptografar
dados.
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