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internet
Avatar poderá cruzar fronteiras virtuais
MUNDOS ON-LINE > Sistema em desenvolvimento permitirá passear com a mesma figura por vários universos tridimensionais
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Anunciada a alforria dos avatares. Foi na semana passada,
durante a Conferência e Feira
de Mundos Virtuais, realizada
em San José, na Califórnia. A
IBM e a Linden Lab -criadora
do Second Life- informaram
que estão trabalhando juntas
em um projeto que permitirá
que um avatar criado por um
usuário em determinado mundo virtual transite por outras
comunidades mantendo o seu
nome e outras características,
como a aparência.
Da mesma forma que os internautas do mundo real navegam entre as páginas da internet, os avatares dessa maneira
passeariam livremente entre os
espaços na rede. Pode ser esse o
passo que faltava para a concepção de uma verdadeira internet tridimensional (3D).
"Atualmente, em cada mundo que entro, tenho que construir um avatar", disse, na ocasião, Colin Parris, vice-presidente de convergência digital
da IBM. "É um obstáculo para o
desenvolvimento e a disseminação de mundos virtuais."
Criar um avatar pode levar
horas, dependendo da quantidade de atributos requerida. Isso desestimula as pessoas a
participarem de vários espaços,
mas tal problema estaria resolvido com o passaporte que as
companhias pretendem gerar.
"A IBM compartilha a nossa
visão de que a interoperabilidade é a chave para a expansão
contínua da internet 3D, e essa
integração mais íntima beneficiará toda a indústria. Nosso
desenvolvimento em código
aberto de formatos e protocolos interoperáveis vai acelerar o
crescimento e a adoção de
mundos virtuais", comentou
Ginsu Yoon, vice-presidente de
negócios da Linden Lab. Ainda
não há previsão de quando essa
tecnologia estará disponível.
IBM e Linden Lab trabalham
em outros projetos relacionados à internet tridimensional,
como um que facilitaria a
transferência de bens nos mundos virtuais -a troca de arquivos de música ou de vídeo.
O professor Edward Castronova, especialista em realidade
virtual da Universidade de Indiana, aplaude todas essas
idéias, mas pondera que, para
um verdadeiro avanço dos
mundos em 3D, os governos
também precisam agir.
"Existe muita energia criativa em torno do assunto. Porém
há problemas que não estão ao
seu alcance resolver", disse ele
à Folha.
"O principal deles é a propaganda indesejada, os spams.
Quando estou entretido jogando, a toda hora me aparecem
ofertas de remédios, convites
para apostar em cassinos. As
empresas querem ter o poder
de barrar esse tipo de coisa, só
que, para fazer isso, necessitam
do apoio do governo, que deve
fazer leis a respeito."
Na opinião do pesquisador,
nunca será possível uma integração total e absoluta entre os
diversos mundos virtuais.
"Vai haver quem queira ser
exclusivo, alguém que tem um
público restrito e não quer dividi-lo com outros. Mas será
minoria, uns 20%", disse. "O
que importa é que a iniciativa
das empresas de facilitar a conexão entre eles dá poder de
escolha ao indivíduo. E essa filosofia é a mais coerente com o
espírito da internet."
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