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Feira mostra tecnologia para idosos
Envelhecimento da população japonesa leva indústria a criar robôs e carros pensando nos mais velhos
HIROKO TABUCHI
DA ASSOCIATED PRESS
Quem ficar idoso no Japão
deve se preparar para receber
comida de um robô, andar em
uma cadeira de rodas controlada pela voz e até mesmo contratar uma enfermeira robótica. Esses são exemplos dos dispositivos de alta tecnologia
usados para atender a cada vez
maior população de terceira
idade do país asiático.
Desde carros com porta de
fácil acesso a camas equipadas
com controle remoto, as empresas do país passaram a oferecer uma série de artigos para
consumidores de terceira idade. Quase 22% dos habitantes
do Japão já possuem 65 anos ou
mais e alimentam um mercado
de tecnologia que movimentou
US$ 1,08 bilhão em 2006, segundo dados do setor.
Em uma convenção sobre
produtos para asilos e centros
de reabilitação ocorrida no início do mês, em Tóquio, um
grande número de interessados
reuniu-se para ver uma demonstração do robô de alimentação My Spoon (minha colher), da Secom, que ajuda idosos ou pessoas com deficiência
a comerem por meio de um
braço giratório dotado de colher e garfo.
Mexendo em um joystick
com o queixo, Shigehisa Kobayashi, um
dos responsáveis pelo
projeto, movimentou o
braço rumo
a uma delicada porção
de tofu
-queijo de
soja-, conseguindo fazer o garfo retirar com destreza
um pedaço do tamanho adequado para ser colocado na boca. O braço depois regressou
para sua posição pré-programada, na frente da boca, permitindo a Kobayashi que mastigasse e engolisse a comida.
"Trata-se de permitir às pessoas que ajudem a si próprias",
afirmou Kobayashi. A empresa
dele, com sede em Tóquio, já
vendeu 300 unidades do robô,
que custa US$ 3.500.
"Queremos dar aos idosos
controle sobre suas próprias vidas", disse.
Um "paletó muscular" de
borracha e náilon, desenvolvido pela Universidade Tóquio
de Ciências,
oferece um
apoio discreto
para ajudar as
pessoas de idade a levantarem objetos pesados.
A cadeira de
rodas inteligente Tao Aicle, da Fujitsu e
da Aisin Seiki, lança mão de um
sistema de posicionamento a
fim de locomover-se sozinha
até um destino preestabelecido. E usa sensores para detectar faróis vermelhos e sinais de
pare. O aparelho também detecta obstáculos pelo caminho.
E há os carros projetados para facilitar a entrada de pessoas
que utilizam cadeira de rodas
ou das que possuem dificuldade para se locomoverem, como
a série Welcab, da Toyota. O
slogan do produto diz: "Um
carro mais paciente do que sua
própria filha."
Quem cuida dos idosos também dispõe de produtos para
ajudar na tarefa.
Uma roupa robotizada de
corpo inteiro funciona com 22
bombas de ar e ajuda os enfermeiros e as enfermeiras a içar
das camas ou a colocar nelas os
pacientes.
Sensores ligados à pele do
usuário detectam quando os
músculos estão tentando levantar algo pesado -e avisam
as bombas de ar para que dêem
o apoio requisitado.
Apesar de essa roupa fazer
com que o usuário dela fique
com a aparência do Robocop,
um estudante pôde ser facilmente levantado de uma mesa
em uma demonstração. Ele disse que se sentiu completamente confortável durante a experiência.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
1,08
bilhão de dólares foi o movimento,
no ano passado, do mercado de tecnologia para os maiores de 65 anos no
Japão; 22% da população japonesa
já completou essa idade
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