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INTELIGÊNCIA NA REDE
Cientistas buscam participação de internauta para desenvolver protótipo; saiba como participar da educação do computador
Sites tentam criar máquina que raciocina
BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o cineasta Stanley Kubrick filmou "2001", que conta a
história de uma missão espacial a
Júpiter, a inteligência artificial
passou a fazer parte dos sonhos
de milhões de pessoas: quem
nunca quis conversar com um
computador tão arguto quanto
HAL 9000, protagonista do filme?
Na época, futurólogos chegaram a prever que a tecnologia para construí-lo surgiria em poucas
décadas, mas, 30 anos depois, a
era das máquinas superinteligentes ainda não chegou.
No que depender da vontade de
alguns cientistas, ela poderá começar nos próximos anos: com a
ajuda dos internautas, eles querem criar computadores capazes
de pensar e responder a centenas
de milhões de perguntas.
Há dois projetos, que funcionam de maneira parecida: o voluntário visita um site, cadastra-se
e começa a educar o computador,
contando histórias, mostrando
fotos e ajudando-o a compreender diversos assuntos.
No projeto MindPixel, o objetivo é coletar (em dez anos) 1 bilhão
de mindpixels, unidades de conhecimento representadas por
conjuntos de perguntas elementares ("é possível ouvir a luz?") ou
curiosas ("ver muita TV deixa as
pessoas mais burras?").
"Novecentos milhões de mindpixels serão usados para treinar a
máquina, que deverá responder a
perguntas baseando-se no conhecimento fornecido pelos internautas", afirma Chris McKinsky,
cientista que criou o projeto.
Segundo ele, quando o computador acertar todas as respostas,
estará pronto para o teste definitivo: "A máquina deverá responder
sozinha a mais 100 milhões de
perguntas; quando acertar todas,
será cientificamente idêntica a um
ser humano respondendo a questões similares", disse à Folha.
O projeto OpenMind, em desenvolvimento no MIT (Massachusetts Institute of Technology),
também tem metas ambiciosas:
"Com o conhecimento dos internautas, poderemos construir robôs e computadores inteligentes,
capazes de conversar como uma
pessoa normal", afirma Push
Singh, criador do sistema.
"O futuro da inteligência artificial está em atrair a atenção do
público, e outros projetos baseados na ajuda dos internautas certamente surgirão", completa.
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