MATTHEW MIRAPAUL
DO "THE NEW YORK TIMES"

O Flyby Hangar é uma estrutura tridimensional que serve de lar a Steve Kash, um chaveiro de Napa, Califórnia, na Internet. Kash vive em seu mundinho isolado, mas visitantes são bem recebidos para uma conversa. Eles podem passear pela sala de música, subir as escadas ou ir, de elevador, ao jardim do telhado, onde uma fonte jorra ruidosamente.
As paredes de Kash estão nuas. Por outro lado, Matthew Drutt, um curador do Guggenheim, só exibe arte em seu Museu Guggenheim Virtual, uma galeria tridimensional que deve ser aberta ao público da rede até o final do ano.
O espaço talvez não seja a fronteira final da Internet, mas bem pode ser a próxima.
Arquitetos da informação garantem que criações em 3D encorajam a comunicação, aperfeiçoam a educação, esclarecem dados complexos e estimulam vendas on line.
"A realidade virtual permite ir a lugares e fazer coisas impossíveis na vida real: ser um peixe no meio do oceano ou um pássaro voando nas montanhas, e isso atiça a imaginação das pessoas", afirma Hal Thwaites, professor na Universidade Concórdia, em Montreal.
"Historicamente, as representações do mundo são planas, de modo que as pessoas sempre tentaram torná-las mais parecidas com o mundo real. Estamos caçando a realidade virtual desde as pinturas nas cavernas", afirma.
A quantidade de dados necessária para produzir um ambiente em 3D minimamente realista tornava, até recentemente, sua transmissão pela Internet praticamente impossível.
Com conexões mais rápidas, melhores programas de compressão de arquivos e computadores mais poderosos, essa situação está mudando. "Acrescentar uma nova dimensão ao ciberespaço é um desdobramento natural", diz Thwaites.
Os browsers agora exibem personagens, objetos e ambientes como se existissem em três dimensões, não em uma tela chata.
Há 3D em toda parte: empresas oferecem "visualização musical", paisagens em 3D que giram e pulsam acompanhando arquivos MP3 de música; artistas experimentam trabalhos tridimensionais mais ousados; potenciais compradores de imóveis podem fazer visitas virtuais de onde estiverem; e lojas on line permitem que internautas examinem produtos de todos os ângulos, na esperança de que isso ajude a aumentar suas vendas.
Alguns sites interessantes para quem quer navegar em 3D são o www.cybertown.com, que traz bate-papos tridimensionais, o www.lava.com e o http://geometrek.com, onde é possível explorar ambientes virtuais.