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A HORA DA CRIAÇÃO
Sites oferecem espaço gratuito e ajudam internauta a construir home page com recursos fáceis de usar
Página pessoal faz sucesso na internet
MARIJÔ ZILVETI
DA REPORTAGEM LOCAL
Deixar sua marca pessoal, revelar ódios e mostrar suas vitórias
ou simplesmente pôr um nome
com foto e e-mail. Sete anos passados após o surgimento do primeiro serviço para pendurar páginas de graça, a internet continua
fascinando milhões de internautas que encontraram na rede o
meio mais democrático e barato
para aparecer.
Hospedar páginas gratuitamente criou o conceito de comunidades virtuais e gerou negócios bilionários, como a venda do GeoCities ao Yahoo! e do Tripod ao Lycos.
Esse conceito derrubou o mito
de que era necessário dominar
programas com comandos complicados para pendurar páginas
com fotos, sons, textos e animações. As comunidades virtuais
popularizaram-se com a criação
de recursos que levam o leigo pela
mão e, em poucos passos, ele consegue aparecer para o mundo inteiro, sem a necessidade de pagar
um tostão.
É claro que, para ficar visível, é
preciso trabalhar a imagem, ou
seja, divulgar o site. Em seguida,
vieram os programas de busca,
que se encarregam de listar páginas e deixá-las acessíveis a quem
digita o nome de um sujeito para
ver se ele está presente na rede.
Especialistas já se debruçaram
em estudos para analisar o comportamento de quem quer mostrar sua cara ao mundo.
O psicanalista Orlando Hardt Jr.
apresentou no ano passado, em
mesa-redonda na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo,
o trabalho "O Olhar Psicanalítico
Sobre a Glob@lização", em que
discute os efeitos da globalização
no homem. "O indivíduo monta
sua página como se fosse uma
tentativa de mostrar que está presente, assim como os antigos vinham marcando suas propriedades e conquistas, como no caso da
chegada à América", diz.
Com a morte do sujeito como
"eu" no pós-modernismo, afirma
Hardt, "ficou difícil suportar o
"eu". Então, ele tem de criar um
depositário para esse "eu'", diz.
São os dois minutos de glória,
afirma o psicanalista.
O sucesso dos portais que hospedam páginas pessoais pode ser
medido em números. Em 1999, a
liderança estava nas mãos da
GeoCities, que tinha 3,2 milhões
de endereços registrados, contra 3
milhões da concorrente Tripod.
O Brasil começou a oferecer timidamente espaço aos assinantes
de acesso pago em 1997. "Não
existia uma demanda na época
porque o internauta que queria
construir um site pessoal colocava-o facilmente lá fora", diz Caio Túlio Costa, diretor-geral do Universo Online.
O passo-a-passo do UOL mostrou que o internauta quer ser levado pela mão. Hoje, 57% dos assinantes que fazem suas páginas usam o método fácil.
Na opinião de Sandra Pescis, diretora de portal do Terra, páginas gratuitas continuam sendo uma atração "porque a rede é um lugar único para colocar a família, a coleção, ou seja, um espaço público e gratuito". Segundo Pescis, esse
serviço é onde realmente a internet tem características específicas. "Não há outra mídia para isso."
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