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TENDÊNCIAS
Mercado cresceu de US$ 12 mi para US$ 367 mi em um ano, afirma estudo apresentado na feira de Frankfurt
Feira vira página na história do e-book
CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT
Ninguém sabe onde esse conto
vai terminar, mas é consenso que
a Feira de Livros de Frankfurt
2000, que terminou na segunda-feira, virou algumas telas da história do e-book.
A grande sensação eletrônica do
evento esteve em um papel que foi
distribuído no estande que a e-Book Award Foundation montou
no megaevento editorial alemão.
Estudo feito pela PricewaterhouseCoopers apontou que o mercado de livros eletrônicos cresceu de
US$ 12 milhões em 1999 para US$
367 milhões em 2000.
Segundo uma previsão da mesma empresa de consultoria, até
2004 o e-book deve ocupar espantosos 26% do mercado editorial,
com uma movimentação de US$
5,4 bilhões.
Mas as novidades não ficaram
só no futuro (próximo). A marca
mais imediata que a edição deste
ano da feira de livros deixa para a
posteridade é a instituição do primeiro prêmio de grande porte para os melhores e-books.
Anunciado em cerimônia com
champanhe e black-tie na Ópera
de Frankfurt, o Frankfurt e-Book
Award injetou US$ 150 mil nos
bolsos de donos de editoras virtuais e de seus parceiros, escritores reais.
Promovido pela Internet e-Book Award Foundation, o concurso vai premiar anualmente os
melhores livros produzidos originalmente para formatos eletrônicos e também as melhores adaptações de obras impressas.
Neste ano, E. M. Schorb, autor
do policial "Paradise Square", e
David Maraniss, que escreveu
uma biografia do desportista Vince Lombardi, dividiram o Grande
Prêmio de e-Book Original (veja a
lista completa dos premiados em
www.iebaf.com).
Já não são poucas as editoras
que estarão concorrendo ao prêmio, mostrou Frankfurt este ano.
E também não funcionam apenas
nos fundos de quintais de aficionados por computador.
Gigantes do mercado editorial
mostraram durante a feira suas
recém-criadas subdivisões eletrônicas. Por exemplo, a norte-americana Simon & Schuster, a alemã
Bertelsmann e o conglomerado
Time Warner, que apresentou na
feira seu selo iPublish.com.
Muitos autores também estão
aderindo ao novo formato. Seguindo o caminho que teve o escritor Stephen King como bandeirante, autores de best sellers como
Frederick Forsyth e Michael
Crichton tiveram novos livros
anunciados em e-book. Alguns
exclusivamente em versão digital,
como "Quinteto", de Forsyth, que
será lançado em breve em www.onlineoriginals.com.
O grande desafio, por enquanto,
é convencer o público a comprar
aparelhos para ler romances e periódicos em telas retangulares.
Por conta disso, crescem paralelamente as empresas que produzem aparelhos e as que editam
conteúdo para eles. Ninguém
compraria um aparelho para ler
algo que não existe.
Essa preocupação está levando
inclusive ao intercâmbio entre as
duas áreas de produção. O caso
mais recente é o da compra que a
nova grande empresa do e-book,
a americana Gemstar, fez da editora virtual francesa 00h00.
A gigante norte-americana, que
já assumiu a liderança em tecnologia e sistemas interativos para
produtos digitais, tem nos próximos meses grandes passos.
A Gemstar deve lançar em cerca
de um mês nos EUA as primeiras
fornadas em grande escala de
aparelhos para livros eletrônicos.
Os e-books estão sendo fabricados nos EUA pela RCA e na Europa pela Thomson Multimedia.
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