São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2000

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TENDÊNCIAS
Mercado cresceu de US$ 12 mi para US$ 367 mi em um ano, afirma estudo apresentado na feira de Frankfurt
Feira vira página na história do e-book

CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

Ninguém sabe onde esse conto vai terminar, mas é consenso que a Feira de Livros de Frankfurt 2000, que terminou na segunda-feira, virou algumas telas da história do e-book.
A grande sensação eletrônica do evento esteve em um papel que foi distribuído no estande que a e-Book Award Foundation montou no megaevento editorial alemão. Estudo feito pela PricewaterhouseCoopers apontou que o mercado de livros eletrônicos cresceu de US$ 12 milhões em 1999 para US$ 367 milhões em 2000.
Segundo uma previsão da mesma empresa de consultoria, até 2004 o e-book deve ocupar espantosos 26% do mercado editorial, com uma movimentação de US$ 5,4 bilhões.
Mas as novidades não ficaram só no futuro (próximo). A marca mais imediata que a edição deste ano da feira de livros deixa para a posteridade é a instituição do primeiro prêmio de grande porte para os melhores e-books.
Anunciado em cerimônia com champanhe e black-tie na Ópera de Frankfurt, o Frankfurt e-Book Award injetou US$ 150 mil nos bolsos de donos de editoras virtuais e de seus parceiros, escritores reais.
Promovido pela Internet e-Book Award Foundation, o concurso vai premiar anualmente os melhores livros produzidos originalmente para formatos eletrônicos e também as melhores adaptações de obras impressas.
Neste ano, E. M. Schorb, autor do policial "Paradise Square", e David Maraniss, que escreveu uma biografia do desportista Vince Lombardi, dividiram o Grande Prêmio de e-Book Original (veja a lista completa dos premiados em www.iebaf.com).
Já não são poucas as editoras que estarão concorrendo ao prêmio, mostrou Frankfurt este ano. E também não funcionam apenas nos fundos de quintais de aficionados por computador.
Gigantes do mercado editorial mostraram durante a feira suas recém-criadas subdivisões eletrônicas. Por exemplo, a norte-americana Simon & Schuster, a alemã Bertelsmann e o conglomerado Time Warner, que apresentou na feira seu selo iPublish.com.
Muitos autores também estão aderindo ao novo formato. Seguindo o caminho que teve o escritor Stephen King como bandeirante, autores de best sellers como Frederick Forsyth e Michael Crichton tiveram novos livros anunciados em e-book. Alguns exclusivamente em versão digital, como "Quinteto", de Forsyth, que será lançado em breve em www.onlineoriginals.com.
O grande desafio, por enquanto, é convencer o público a comprar aparelhos para ler romances e periódicos em telas retangulares. Por conta disso, crescem paralelamente as empresas que produzem aparelhos e as que editam conteúdo para eles. Ninguém compraria um aparelho para ler algo que não existe.
Essa preocupação está levando inclusive ao intercâmbio entre as duas áreas de produção. O caso mais recente é o da compra que a nova grande empresa do e-book, a americana Gemstar, fez da editora virtual francesa 00h00.
A gigante norte-americana, que já assumiu a liderança em tecnologia e sistemas interativos para produtos digitais, tem nos próximos meses grandes passos.
A Gemstar deve lançar em cerca de um mês nos EUA as primeiras fornadas em grande escala de aparelhos para livros eletrônicos. Os e-books estão sendo fabricados nos EUA pela RCA e na Europa pela Thomson Multimedia.


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