DA REPORTAGEM LOCAL

O recurso mais interessante do Office 2003 (para Windows) não entrou no Office 2004. Batizado de Information Rights Management (IRM), ele permite que você restrinja o uso dos documentos que enviar para outras pessoas -é possível impedir impressão, cópia e modificação dos arquivos (inclusive impondo restrições diferentes a destinatários diferentes), fazer com que se autodestruam após determinado tempo ou até proibir que sejam encaminhados por e-mail.
Nesse aspecto, o Office 2004 é bem primário -só permite evitar modificações em documentos.
Outra inferioridade do novo pacote em relação ao Office 2003 está na ausência dos programas One Note e Publisher. O primeiro até que não faz tanta falta, pois sua principal função (bloco de anotações) é desempenhada parcialmente pelo Word (acione o recurso Notebook layout view).
Já a exclusão do Publisher é um problema sério: esse software, que é bem fácil de operar -traz um assistente que guia o usuário e uma boa coleção de modelos gráficos-, ajuda muito na criação de publicações como sites, panfletos, revistas e boletins.
Nos Estados Unidos, o Office 2004 custa menos do que a versão completa do Office 2003 (US$ 400 contra US$ 500; o preço no Brasil ainda não foi divulgado), o que pode explicar a diferença. Procurada pela reportagem, a Microsoft não se manifestou a respeito.
Por outro lado, o Word recebeu um recurso que fazia muita falta aos usuários de Mac: o Remove private information. Ele é importante porque, conforme você trabalha num documento, o Word armazena, ocultamente, todo o histórico de modificações, inclusive trechos que tenham sido apagados. Quer dizer: sem o Remove private information, as pessoas para quem você enviar um texto podem ver quase tudo o que você fez no arquivo (não só a versão final dele), o que pode gerar constrangimentos.
O PowerPoint evoluiu pouco, mas tem um avanço -permite que o autor de uma apresentação com projetor verifique, num relógio exibido na tela (e que não é mostrado à platéia), a duração da sua exposição.
A integração do Word com o comunicador pessoal MSN Messenger é uma novidade relevante para quem trabalha em grupo. Se você estiver revisando um documento e passar o cursor do mouse sobre modificações que tenham sido feitas por outra pessoa, aparecerá um ícone que, quando clicado, iniciará uma sessão de bate-papo com ela. Atenção: a versão de testes do Office 2004 não traz o comunicador -é preciso baixá-lo em messenger.msn.com.
Devido à falta do recurso IRM, o Office 2004 não é uma atualização atraente para quem já tem a versão anterior do pacote (Office 2003, no caso dos micros com sistema Windows, ou Office X, para Macintosh). Considerando seu custo, o Office 2004 só se torna interessante para quem ainda não tem o pacote ou pretende comprá-lo junto com um micro novo (o que às vezes resulta em descontos). Seja como for, cabe lembrar que o pacote concorrente OpenOffice (www.openoffice.org), que é altamente similar ao produto da Microsoft, tem uma vantagem importante: é gratuito.


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