São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SOM DIGITAL

MS-100 promete versatilidade, mas lentidão, baixa capacidade do tocador portátil e preço alto incomodam

Aparelho copia músicas e traz toca-MP3

DA REPORTAGEM LOCAL

O MusicStore MS-100 reúne várias funções: além de tocar CDs, o usuário pode copiar canções para o disco rígido embutido e transferi-las para o toca-MP3 portátil que acompanha o aparelho. Essa integração permite aproveitar os principais recursos oferecidos pela gravação digital de músicas sem recorrer a um computador.
O conceito é interessante, mas sua implementação é bastante falha: o MS-100 deixa a desejar numa série de quesitos.
A primeira frustração surge na hora de copiar um CD musical. Embora o aparelho tenha bastante capacidade -5 Gbytes, o suficiente para guardar aproximadamente mil músicas-, a transferência de arquivos MP3 é feita em "tempo real", ou seja, gravar um disco de 60 minutos leva uma hora. Num computador, essa tarefa demoraria apenas cinco minutos.
Ao copiar canções para a memória do MS-100, é preciso identificá-las escrevendo seus nomes. Isso não chega a ser difícil -a digitação segue o mesmo procedimento usado em telefones celulares-, mas é cansativo. O ideal seria que o aparelho buscasse na internet os nomes das músicas, como faz o Philips Streamium (www.audio.philips.com/streamium/product.asp).
Para facilitar a digitação, vale desativar o modo T9, que tenta ajudar o usuário, mas só funciona com títulos em inglês.
Ao transformar seus CDs de música em arquivos MP3, o usuário conta com três opções de qualidade: SP (taxa de bits de 128 Kbps), LP (96 Kbps) e EP (64 Kbps). Como a taxa de 128 Kbps oferece a melhor qualidade sonora, e o aparelho tem bastante capacidade, não haveria porque selecionar as outras opções.
Mas elas se tornam necessárias devido a outra limitação do MS-100 -o tocador portátil fornecido, que se chama SoulMate, tem apenas 48 Mbytes de memória. Quer dizer: no modo SP, cabem apenas 48 minutos de música.
Essa limitação é particularmente ruim, pois anula uma qualidade do SoulMate, que é a velocidade de transferência de arquivos. Como o tocador portátil é acoplado ao MS-100 por uma placa de circuito, leva apenas três segundos para transferir cada arquivo MP3 de 5 Mbytes (tamanho típico).
O usuário também pode se surpreender com uma restrição curiosa: se uma música for transferida para a memória do SoulMate, não pode mais ser ouvida no MS-100, pois fica bloqueada.
Para desbloquear a canção, o usuário precisa apagar a memória do tocador portátil.
O SoulMate oferece ótima qualidade de som, mas os fones de ouvido fornecidos apresentam péssimo desempenho. O MS-100, que pode ser ligado a um aparelho de som via plugues estéreo, apresenta boa performance na criação de arquivos MP3, cuja fidelidade é comparável à obtida com um PC.
Como o aparelho custa R$ 2.199 (veja quadro acima), suas falhas são inadmissíveis: com esse dinheiro, pode-se comprar um computador, que faz muito mais coisas. (BG)


Texto Anterior: Imagem digital: Câmera ultracompacta cabe na carteira
Próximo Texto: Gravadora venderá 43 mil títulos on-line
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.