São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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Sites e papel ajudam na preservação de fotos

DO "NEW YORK TIMES"

Uma opção prosaica, mas confiável, para preservar os dados é imprimi-los.
Melanie Ho, 25, estudante da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e que usa micros desde a escola primária, cria suas próprias páginas na internet e passa muito tempo on-line.
Ela imprime seus documentos mais importantes e guarda um backup (cópia de reserva) dos dados na casa de seus pais, que fica a 160 km de onde ela vive.
"Assim como muitas pessoas acham que o papel impresso vai acabar por causa dos PCs", disse ela, "eu realmente acho que existe algo na tangibilidade do papel que nos faz sentir confortáveis".
Os defensores do arquivamento de papéis tornam-se especialmente eloqüentes quando se trata de preservar fotografias.
Se guardadas de forma apropriada, as fotografias coloridas tradicionais, impressas a partir de negativos, podem durar 75 anos sem desbotar. Os papéis fotográficos mais modernos prometem resistir por até 200 anos.
Não há tanta certeza para as fotos digitais salvas em um disco rígido. É provável que os formatos atuais tornem-se obsoletos e que os softwares do futuro "não reconheçam alguns aspectos desses formatos", disse Thibodeau.
""Pode ser ainda uma imagem", afirmou, "mas pode haver situações em que, por exemplo, as cores sejam diferentes."
Os especialistas do Arquivo Nacional, como os da Biblioteca do Congresso, estão trabalhando para desenvolver uma uniformidade nos arquivos digitais, o que eliminaria a dependência de um aparelho ou software específico.
Um formato que tem uniformidade, destaca Thibodeau, é o da internet, onde, freqüentemente, o navegador que está sendo usado não faz diferença.
De fato, para muitos usuários a internet tornou-se um método popular de arquivamento, especialmente quando se trata de fotografias. Os sites Shutterfly.com e Ofoto.com têm centenas de milhões de fotografias.
O Shutterfly guarda um backup de cada foto enviada ao site.
Mas suponha que uma empresa baseada na internet, como a Shutterfly, deixe de operar.
Bagshaw disse que ele preferiria ver as coisas de outra forma, mas ofereceu um pequeno consolo àqueles que usam o Shutterfly como um compartimento de armazenagem digital. ""Não importa quais sejam as circunstâncias da empresa, nós sempre vamos disponibilizar as imagens para as pessoas."
A mobilidade constante pode ser outro problema. Stephen Quinn, que leciona jornalismo na Ball State University em Indiana, desloca-se freqüentemente por causa do seu trabalho. Ele prefere guardar o mínimo de papéis, e raramente imprime documentos.
Quinn tem, na última gaveta de sua escrivaninha, uma caixa com um jogo eclético de discos de armazenamento datados desde o início dos anos 1980, quando ele iniciou sua vida profissional com um computador Amstrad.
Todas as poesias de Quinn (""não publicadas e impublicáveis", diz ele) e outros trabalhos escritos estão em diversos dispositivos digitais, juntamente com as anotações de seu diário.
Ele deseja reunir, um dia, todo o material como uma lembrança para seus filhos, mas não tem como abrir alguns dos arquivos, especialmente aqueles gravados nos discos do Amstrad há mais de vinte anos. Ele vem procurando um micro que possa ler esses discos, mas ainda não conseguiu encontrá-lo.
""Eu tenho uma gaveta cheia de discos e não tenho nenhuma máquina para lê-los", disse Quinn.

Impermanência
Isso vem se tornando um problema básico da vida digital. Seja qual for a solução que as pessoas usem, é certo que será uma solução temporária. ""Estaremos sempre brincando de pegador", disse Rutenbeck, que está trabalhando para se desfazer de parte de seu próprio passado digital, jogando fora velhos discos rígidos e pilhas de discos Zip antigos. ""Me sinto bem fazendo isso, é como se eu não guardasse uma caixa com tudo que fiz no primeiro grau."


Tradução de Angela Caracik

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