São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2005

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NÓS, ROBÔS

Entre outras tarefas, máquinas realizam pesquisas, cantam, dançam, recepcionam visitantes e limpam casas

Trabalhador biônico substitui humano

FERNANDO BADÔ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os robôs estão em alta. E não só pela animação "Robôs", em cartaz nos cinemas brasileiros desde a semana retrasada. Recentes descobertas e estudos científicos foram viáveis devido à ajuda de máquinas capazes de substituir a ação direta do ser humano.
No fim de fevereiro, a sonda Mars Express foi fundamental para a descoberta de um oceano gelado no solo de Marte. Dias depois, em Londres, foi anunciado o desenvolvimento de um pequeno robô que ajuda no diagnóstico do câncer.
A fase é boa também fora do campo científico ou dos meios de produção. No último domingo, terminou a Robolympics 2005, disputa que reúne robôs de luta de vários países e que contou com a presença de uma equipe brasileira.
A definição de o que é um robô e de o que o distingue de um outro tipo de aparelho eletrônico não é tão simples. Grosso modo, a capacidade de realizar tarefas humanas -como soldar um automóvel, fazer filmagem ou chutar uma bola- é a principal diferença: "Um robô realiza tais trabalhos pois apresenta similaridade de movimentos com o ser humano, ainda que apenas de algumas partes do corpo, como o braço", afirma o coordenador do curso de engenharia mecânica da universidade FAAP, Nicola Getschko, especialista na área de robótica.

Imprescindíveis
As vendas de robôs, seja daqueles considerados de uso doméstico seja para uso corporativo, estão em crescimento.
Um estudo da Comissão Econômica para a Europa das Nações Unidas (www.unece.org) prevê que, até 2007, aproximadamente 4,1 milhões de robôs estarão limpando piscinas, cortando gramados ou aspirando pó. O aumento nas vendas de modelos industrias, comparando-se o primeiro semestre do ano passado com o de 2003, é da ordem de 18%.
Para Jan Kalrsson, autor do estudo de 414 páginas, "a queda dos preços e a contínua melhora da tecnologia impulsionam o investimento industrial".
A economia mais robótica do mundo é a japonesa, com cerca de 350 mil de um total de 800 mil robôs industriais no mundo. A União Européia tem 250 mil e a América do Norte, 112 mil -a maioria deles em operação nos EUA, que ficam com o segundo lugar entre os países com mais robôs no planeta.
"Esses números revelam o quanto eles são importantes no panorama mundial. O Brasil, no entanto, ainda está longe dessa realidade, com cerca de 1.200 robôs", diz Getschko.


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