DO "THE NEW YORK TIMES"

Como um passo de transição menos dispendioso, algumas empresas estão trabalhando em software que ligaria as redes de telefonia móvel ao sistema Wi-Fi (wireless fidelity), a tecnologia cada vez mais popular que usa porções não licenciadas do espectro de rádio para propiciar acesso sem fio de alta velocidade à internet (para computadores portáteis).
O programa permitiria criar ligações de alta velocidade perto dos nós locais de Wi-Fi e conexões de velocidade mais baixa para a internet em outros pontos, em um serviço descrito como "roaming contínuo" por Rod Atkins, gerente da IBM.
Os programadores com espírito mais empreendedor que escrevem para o mercado de comunicação sem fio querem que seu software, de jogos a aplicativos de negócios, seja distribuído com a maior amplitude possível.
"Estamos em meio à experiência da internet móvel, mas o mais importante será garantir que a arquitetura tecnológica desse mundo seja aberta", disse William Plummer, vice-presidente de assuntos governamentais da Nokia.
Em junho passado, a Open Mobile Alliance foi criada para promover esse ideal. A aliança é integrada por 300 empresas, como Nokia, Motorola, IBM, Microsoft e Sun. O grupo pressiona por acordo quanto a padrões tecnológicos para que a computação sem fio possa, como a internet, funcionar com diversas operadoras e aparelhos de telecomunicações.
Um ano atrás, por exemplo, era difícil enviar mensagens de texto entre celulares de operadoras diferentes. Mas isso mudou.
Hoje, mensagens multimídia portando fotos, animações ou arquivos de música só podem ser trocadas com alguém que tenha um tipo igual de celular, na mesma rede. Essa barreira poderia ser removida em um ano.
Empresas iniciantes, como a Wildseed, vêem promessa suficiente no setor de comunicação para que continuem a trabalhar. A empresa criou um programa que altera a operação e a aparência da tela de um celular para que ele possa combinar funções de telefone, videogame e tocador audiovisual, de acordo com os jogos, astros de rock ou times esportivos favoritos do usuário.
Os produtos da Wildseed chegarão ao mercado ainda neste ano em telefones inteligentes produzidos pela Kyocera Wireless, do Japão, e no começo de 2004 em produtos da sul-coreana Curitel.
Embora as expectativas sejam elevadas, há também uma dose saudável de realismo no mundo da comunicação sem fio. Como diz Michael Kwatinetz, que por anos foi um dos principais analistas do mercado de computadores pessoais em Wall Street e agora é investidor na Wildseed, "pode-se estar certo quanto à tendência, mas não quanto ao momento".
O estilo de operações das empresas iniciantes atuais é muito diferente do estilo predominante nos dias de gastos descontrolados na expansão da internet do final dos anos 90.
Quanto ao tema de mordomias para os trabalhadores das empresas, Todd Ferkingstad, 33, engenheiro que trocou a Microsoft pela Wildseed, fala sobre os jantares delivery que a empresa paga para os funcionários às terças-feiras, quando eles trabalham até mais tarde. "É a única extravagância que eles fazem", diz.



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