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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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Celular vira máquina para jogar

Divulgação
Protótipo de celular N-Gage, da Nokia, que oferece games 3D


MATT RICHTEL
DO "THE NEW YORK TIMES"

Nokia, Sony Ericsson e seus concorrentes estão oferecendo tecnologia que permite aos usuários que chutem, golpeiem e espanquem uns aos outros com seus celulares. E estão apostando na disposição dos consumidores de pagar caro por isso.
Os telefones celulares avançados, que já possuem, por exemplo, organizadores pessoais e câmeras digitais, começaram a oferecer também uma plataforma para videogames. Os jogos, longe de disputas primitivas ao estilo Pong, exibem cores suntuosas e ação cada vez mais elaborada. A expectativa é que um dia permitam que os jogadores disputem via redes sem fio -como se estivessem sentados lado a lado diante de um televisor para um jogo de combate, curiosidades ou ação.
Os fabricantes apostam que as novas capacidades reverterão a queda nas vendas de celulares. Os recursos também são atraentes para as operadoras de telefonia.
Quanto mais recursos são desenvolvidos para os telefones, mais eles se afastam de seu propósito básico, a telefonia.
"Ao instalar jogos nos celulares, nós tiraremos os aparelhos do porta-luvas", disse Charles Chopp, porta-voz da Nokia.
No passado, disse ele, os jogos eram apenas um recurso adicional. No futuro, acredita Chopp, as pessoas comprarão os celulares por causa dos jogos, "e a telefonia será apenas um recurso".
Alguns jogos continuam a ser oferecidos de graça com os celulares, mas, com o tempo, mais e mais deles estarão disponíveis para download mediante o pagamento de uma mensalidade que custará de US$ 2 a US$ 4.
"É o que todos procuram: não existe estoque físico e a receita é recorrente", diz Mike Yuen, diretor de relações com os criadores de software da Qualcomm, que produz um sistema para o qual outros engenheiros de software podem desenvolver jogos.
"Esses poucos dólares vão se somando e crescendo", disse ele. "Se a idéia funcionar, todo mundo vai querer estar na parada."
Yuen disse que o potencial de conquistar empresas como Disney, Sega e THQ, que produzem jogos para os consoles tradicionais, era uma das maiores atrações. Mas o mercado também está trazendo criadores de jogos dedicados exclusivamente a games para celulares: 500 desenvolvedores se reuniram no mês passado em uma conferência em San José, na Califórnia.
Scott Wallin, presidente e executivo-chefe da Metaplay, uma empresa iniciante que trabalha com jogos para telefones móveis em Washington, é veterano na criação de jogos e já trabalhou com inúmeras plataformas de games.
Na conferência, ele trazia no peito sua nova afiliação, usando uma camisa com o logotipo da Nokia.
"Já tive calções da Nintendo, camisas da Sega e camisetas da Microsoft", disse, afirmando que deixou essas marcas e tecnologias de lado para se concentrar nos jogos para celulares. "Tenho o palpite de que esse setor vai ser imenso."

Tradução de Paulo Migliacci


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