São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2000


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ORÇAMENTO
Planeje-se para garantir o futuro dos filhos sem arrombar suas finanças; aplique de acordo com o seu perfil

Comece a poupar enquanto eles são bebês



DA REDAÇÃO

Para não ser pego desprevenido no futuro, principalmente na época da universidade, quando os gastos com os filhos aumentam significativamente, é preciso planejar e começar a poupar o quanto antes (veja tabela ao lado).
O primeiro passo é fazer um orçamento doméstico detalhado e levantar qual é o peso financeiro das crianças na sua renda. O próximo, diz Hugo Penteado, economista-chefe e estrategista da ABN Amro Asset Management, é estabelecer metas para o futuro.
Ninguém consegue predefinir o futuro dos filhos, mas tente imaginar o que você gostaria de proporcionar a eles, quanto isso custaria e quais são as suas chances de concretizar o sonho. Feitas as contas, comece a poupar.
O empresário Lúcio Natal, 42, e sua mulher, Teresa, 36, de São Paulo, têm aplicações financeiras em nome dos filhos, Danielle, 6, e Leonardo, 4, desde que eles nasceram. "Quero deixar o suficiente para que eles paguem uma boa faculdade, comprem um carro e até iniciem um negócio próprio", explica Natal.
Cerca de 50% dos recursos guardados para seus filhos estão em títulos de capitalização, 25%, em fundos de renda fixa, 12,5%, em fundos de ações, e 12,5%, em caderneta de poupança. Além disso, o empresário tem seguros de vida em nome das crianças.
A fórmula de investimento de Natal é a ideal? Se você fizer essa pergunta em dez bancos, terá dez respostas diferentes.
Para o consultor financeiro Victor Zaremba, que acaba de lançar o livro "O Milionário Que Existe em Você", quando a pessoa tem muitos anos pela frente para poupar (pelo menos 5 anos), ele recomenda investir todos os recursos em fundos de ações. "Mas diversifique em pelos menos três fundos, de três instituições sérias."
Na opinião de Marcos Silvestre, economista-chefe do Forex Centro Brasileiro de Orientação de Finanças Pessoais, o mais prudente é colocar 50% em fundos de ações e 50% em fundos de renda fixa.
Gilberto Poso, diretor de risco da Lloyds TSB Asset Management, aconselha um percentual em ações entre 30% e 60% e o restante em fundos de renda fixa.
Já Dilma Barbosa Lima, diretora de fundos do BankBoston, não recomenda colocar mais de 40% em Bolsa de Valores.
Quando os consultores falam em fundo de renda fixa, ele tanto pode ser prefixado como pós-fixado (DI), pois no longo prazo eles tendem a dar o mesm ganho.
Mas as recomendações não param por aí. Toni Lotar, diretor comercial da Sul América Aetna Seguros e Previdência, sugere que a poupança mensal vá para um plano de previdência. A vantagem, diz, em relação a uma aplicação tradicional, é que as contribuições podem ser deduzidas do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual.
Silvestre não considera uma boa idéia. "No momento da retirada, o investidor terá de pagar IR pela alíquota máxima se sacar mais de R$ 900 mensais. Além disso, as taxas de administração ainda são muito altas", diz. Zaremba só recomenda os planos de previdência para quem não tem disciplina para poupar ou não entende de investimentos.
Já Antônio Barbosa, diretor de produtos da Icatu Hartford Seguros, lembra também que o pacote só é completo, quando, além de uma reserva financeira, há um seguro de vida ou educacional.
"Não há fórmula melhor ou pior para se poupar para o futuro dos filhos", diz Dilma. A escolha é pessoal e depende da disposição a risco, situação financeira e perspectivas profissionais.


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