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INVESTIMENTOS
Nova modalidade de aplicação para varejo permite investir em vários fundos de diferentes instituições
Diversifique sua carteira em fundo de cota
PAULA PAVON
DA REPORTAGEM LOCAL
Decidir em qual fundo aplicar
aquele dinheirinho extra pode ser
uma das tarefas mais difíceis no
momento atual. Na dúvida, a solução pode ser aplicar num novo
tipo de FAC (Fundo de Aplicação
em Cotas) que seleciona para o investidor os melhores fundos do
mercado em cada categoria.
Nesse caso, o FAC compra cotas
de FIFs (Fundos de Investimento
Financeiro) de vários outros gestores. Esse tipo de aplicação, antes
restrita aos clientes "private" das
instituições, já está mais acessível
ao pequeno e médio investidor.
Mas fique atento, porque não é o
mesmo FAC oferecido pelos bancos de varejo (leia texto abaixo).
Essa modalidade de FAC compra cotas de outros FIFs, aos quais
só grandes aplicadores teriam
acesso. São fundos considerados
cinco estrelas pelos analistas.
Outro ponto positivo é o fato de
a gestão dos recursos não estar
concentrada nas mãos de um único gestor. Esse tipo de produto
pode ser ideal para quem busca
diversificar ao máximo a carteira
e seu risco inerente.
A Sul América Investimentos
lançou na última semana um FAC
cuja aplicação mínima é R$ 10
mil. "Ao aplicar seus recursos
num fundo de cotas, o investidor
pode agregar diferentes estilos de
gestão na administração de seu
dinheiro", diz Miguel Russo, do
departamento de risco da Sul
América Investimentos.
O FAC da instituição aplica em
nove FIFs de terceiros, sendo todos derivativos. "Temos desde o
derivativo conservador até o mais
arrojado. E a alocação dos recursos é feita conforme o cenário
econômico." Mas atenção: o seu
dinheiro ficará exposto ao risco
de todos os FIFs nos quais o FAC
aplica. A decisão de quanto alocar
em cada FIF depende do gestor.
"Esse produto é destinado principalmente àqueles investidores
que podem deixar o dinheiro aplicado por seis meses, já que no
curto prazo o fundo pode apresentar cota negativa", explica.
O risco do fundo é controlado
semanalmente pela Sul América
Investimentos. "O FAC tem um limite de risco. Se percebemos que
algum FIF está correndo mais risco do que o previsto no regulamento, podemos zerar os recursos aplicados nele", diz.
Mais taxas
Alguns analistas de mercado
afirmam que a desvantagem de
aplicar num FAC é a cobrança de
mais de uma taxa de administração.
O investidor tem de pagar a taxa
do FAC e as taxas dos outros FIFs
nos quais ele investe. "Tem mais
taxas, mas a proposta de um fundo desses é apresentar uma rentabilidade superior à media de mercado", diz Caio Lima da Hedging-Griffo.
A instituição tem dois FACs,
sendo que um aplica em fundos
derivativos e outro, em fundos de
ações. O FAC de ações da Hedging-Griffo está com rentabilidade negativa de 14,78% no ano até
setembro, enquanto o Ibovespa
médio já caiu 30,33% no mesmo
período.
O Deutsche Bank acaba de lançar um FAC cujos FIFs aplicam
em vários mercados, como Bolsa,
renda fixa e câmbio. "O fundo
sempre terá 50% em um FIF DI, e
o restante será distribuído nos demais mercados conforme nossa
avaliação", diz José Cunha, estrategista do Deutsche Bank.
Cunha afirma que o fundo pode
ficar 100% em DI. "Se o cenário
não for favorável, podemos alocar
todos os recursos em títulos pós-fixados", explica.
Para atrair desde o investidor
mais conservador até o mais
agressivo, a Biam (Boutique de
Investimentos Asset Management) tem cinco tipos de fundo
em sua prateleira.
"Os FACs aplicam em fundos de
nove bancos internacionais", diz
Reinaldo Zakalski, diretor da
Biam.
A instituição oferece desde
FACs que só aplicam em fundos
DIs até FACs que investem em
ações. "De acordo com o perfil do
investidor, direcionamos seus recursos para um dos cinco FACs."
Zakalski afirma que é melhor o
investidor aplicar num FAC que
investe em vários fundos do que
tentar fazer, ele próprio, sua alocação de recursos em fundos diferentes.
"Isso porque quando ele aplica
em vários FIFs não tem a mesma
agilidade do gestor para saber
quando é hora de diminuir e aumentar posição em cada um."
Para ele, a aplicação num FAC
traz a vantagem de que o próprio
gestor determina a hora de sair e
entrar em cada FIF, sem o investidor precisar pagar por isso.
"O investidor não terá de pagar
CPMF e IOF conforme a movimentação que fizer na carteira,
além de não ter de controlar extratos de vários fundos", afirma.
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