São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2001

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INVESTIMENTOS

Nova modalidade de aplicação para varejo permite investir em vários fundos de diferentes instituições

Diversifique sua carteira em fundo de cota

PAULA PAVON
DA REPORTAGEM LOCAL

Decidir em qual fundo aplicar aquele dinheirinho extra pode ser uma das tarefas mais difíceis no momento atual. Na dúvida, a solução pode ser aplicar num novo tipo de FAC (Fundo de Aplicação em Cotas) que seleciona para o investidor os melhores fundos do mercado em cada categoria.
Nesse caso, o FAC compra cotas de FIFs (Fundos de Investimento Financeiro) de vários outros gestores. Esse tipo de aplicação, antes restrita aos clientes "private" das instituições, já está mais acessível ao pequeno e médio investidor. Mas fique atento, porque não é o mesmo FAC oferecido pelos bancos de varejo (leia texto abaixo).
Essa modalidade de FAC compra cotas de outros FIFs, aos quais só grandes aplicadores teriam acesso. São fundos considerados cinco estrelas pelos analistas.
Outro ponto positivo é o fato de a gestão dos recursos não estar concentrada nas mãos de um único gestor. Esse tipo de produto pode ser ideal para quem busca diversificar ao máximo a carteira e seu risco inerente.
A Sul América Investimentos lançou na última semana um FAC cuja aplicação mínima é R$ 10 mil. "Ao aplicar seus recursos num fundo de cotas, o investidor pode agregar diferentes estilos de gestão na administração de seu dinheiro", diz Miguel Russo, do departamento de risco da Sul América Investimentos.
O FAC da instituição aplica em nove FIFs de terceiros, sendo todos derivativos. "Temos desde o derivativo conservador até o mais arrojado. E a alocação dos recursos é feita conforme o cenário econômico." Mas atenção: o seu dinheiro ficará exposto ao risco de todos os FIFs nos quais o FAC aplica. A decisão de quanto alocar em cada FIF depende do gestor.
"Esse produto é destinado principalmente àqueles investidores que podem deixar o dinheiro aplicado por seis meses, já que no curto prazo o fundo pode apresentar cota negativa", explica.
O risco do fundo é controlado semanalmente pela Sul América Investimentos. "O FAC tem um limite de risco. Se percebemos que algum FIF está correndo mais risco do que o previsto no regulamento, podemos zerar os recursos aplicados nele", diz.

Mais taxas
Alguns analistas de mercado afirmam que a desvantagem de aplicar num FAC é a cobrança de mais de uma taxa de administração.
O investidor tem de pagar a taxa do FAC e as taxas dos outros FIFs nos quais ele investe. "Tem mais taxas, mas a proposta de um fundo desses é apresentar uma rentabilidade superior à media de mercado", diz Caio Lima da Hedging-Griffo.
A instituição tem dois FACs, sendo que um aplica em fundos derivativos e outro, em fundos de ações. O FAC de ações da Hedging-Griffo está com rentabilidade negativa de 14,78% no ano até setembro, enquanto o Ibovespa médio já caiu 30,33% no mesmo período.
O Deutsche Bank acaba de lançar um FAC cujos FIFs aplicam em vários mercados, como Bolsa, renda fixa e câmbio. "O fundo sempre terá 50% em um FIF DI, e o restante será distribuído nos demais mercados conforme nossa avaliação", diz José Cunha, estrategista do Deutsche Bank.
Cunha afirma que o fundo pode ficar 100% em DI. "Se o cenário não for favorável, podemos alocar todos os recursos em títulos pós-fixados", explica.
Para atrair desde o investidor mais conservador até o mais agressivo, a Biam (Boutique de Investimentos Asset Management) tem cinco tipos de fundo em sua prateleira.
"Os FACs aplicam em fundos de nove bancos internacionais", diz Reinaldo Zakalski, diretor da Biam.
A instituição oferece desde FACs que só aplicam em fundos DIs até FACs que investem em ações. "De acordo com o perfil do investidor, direcionamos seus recursos para um dos cinco FACs."
Zakalski afirma que é melhor o investidor aplicar num FAC que investe em vários fundos do que tentar fazer, ele próprio, sua alocação de recursos em fundos diferentes.
"Isso porque quando ele aplica em vários FIFs não tem a mesma agilidade do gestor para saber quando é hora de diminuir e aumentar posição em cada um."
Para ele, a aplicação num FAC traz a vantagem de que o próprio gestor determina a hora de sair e entrar em cada FIF, sem o investidor precisar pagar por isso.
"O investidor não terá de pagar CPMF e IOF conforme a movimentação que fizer na carteira, além de não ter de controlar extratos de vários fundos", afirma.


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