DA REPORTAGEM LOCAL

Com a saída da Telesp da carteira teórica da Bolsa paulista, o Ibovespa ficou menos concentrado. O peso desse papel foi diluído entre as demais ações que compõem o índice. Analistas do mercado financeiro afirmam que é positivo o fato de a Bolsa não apresentar um papel líder.
"A Petrobras está com maior peso no índice, mas não quer dizer que assumirá a posição de carro-chefe", explica Jacqueline Lison, analista de investimentos da Fator Dória Atherino. "Não acredito que teremos uma ação líder, como aconteceu com o Recibo Telebrás ou com a Vale no passado", acrescenta.
As ações de maior peso no Ibovespa são a Petrobras, com 10,1% de participação, e a Telemar, com 8,4%. Com a saída da Telesp da carteira teórica da Bolsa, aumentou a liquidez de outras ações, como Embratel e Eletrobrás, diz ela.
O analista Luiz Mann, do Fleming-Graphus, diz que a nova composição do Ibovespa ajudará a dividir o risco com as outras ações. "A liderança de um papel só é boa para as operações feitas pelas tesourarias de bancos porque o risco de descolamento do Ibovespa é menor", explica
"Nos Estados Unidos, o índice de ações também é menos concentrado. Assim a manipulação fica mais difícil", diz. Jacqueline, da Fator Dória, observa que o fato de a Bolsa não apresentar uma ação líder ajuda o Ibovespa a ficar menos vulnerável ao movimento de um único papel.
Ela diz que, com o índice mais pulverizado, não haverá distorções na carteira motivadas pela oscilação de uma ação. "Vai haver um maior número de papéis influenciando o índice, o que vai espelhar melhor a realidade."

Longo prazo
O investidor Milton Jungman, 42, tem aplicações em ações, fundos de ações passivos, fundos de renda fixa e PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres). Jungman investe em ações desde o final do ano passado e- apesar da pouca experiência no mercado acionário- afirma que não ficou com receio da mudança no índice da Bolsa.
"Não sei qual foi a estratégia utilizada pelo meu fundo para a troca dos BDRs, mas fiquei tranquilo porque já entrei em Bolsa com a perspectiva de ganhar no longo prazo." Ele investe 20% da renda em ações diretamente e em fundos de ações.


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