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INVESTIMENTOS
Instituições de porte médio, pouco conhecidas, se destacam em rentabilidade; varejo tem acesso
Fundos campeões para pequenas aplicações
PAULA PAVON
SILVANA MAUTONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os maiores nem sempre são os
melhores. No ano passado, foram
justamente as instituições menores e pouco conhecidas - como
pequenos bancos de varejo, bancos de investimento e corretoras- as campeãs nos rankings de
fundos publicados por diferentes
institutos de análise. E o que é melhor: elas aceitam aplicação mínima a partir de R$ 1.000, acessível
para os pequenos e médios investidores.
São bancos como BMC, BVA,
Banif Primus e a administradora
de recursos Claritas, que quase
não investem em propaganda,
têm pouquíssimas agências espalhadas pelo país e captam a maioria dos seus clientes no boca-a-boca.
Essas instituições vêm se destacando ao usar a estratégia de se
concentrarem na gestão de poucos fundos.
Com isso conseguiram aliar boa
rentabilidade e baixo risco, de
acordo com estudo elaborado pelo professor Alberto Borges Matias da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade
da USP de Ribeirão Preto. "Na
teoria, quanto maior o retorno,
maior também o risco. Mas, no
caso das instituições analisadas,
elas não seguiram essa regra. Provavelmente porque são focadas
na gestão de poucos produtos",
afirma (leia quadro na pág. B-7).
Esses gestores estão fazendo um
verdadeiro trabalho de formiga
para aumentar sua base de clientes sem perder qualidade no atendimento. "Não pensamos em
crescer de uma hora para outra
para competir com grandes instituições", diz Bolivar de Oliveira
Filho, diretor da BMC Asset Management.
"Queremos atrair os clientes
justamente pelo nosso atendimento mais personalizado e pela
gestão supermonitorada dos nossos fundos", diz.
Por isso, se você é do tipo de investidor que aplica todas as suas
economias no banco ali da esquina ou onde tem conta há anos, vale a pena reavaliar sua estratégia.
Antes de tirar o dinheiro do bolso
e aplicar no banco mais próximo
de sua casa, reflita. Nem sempre
as grandes marcas do varejo oferecem as melhores opções de investimento.
Personalizado
Carlo Moratelli, consultor da
MCA Consultoria Financeira,
afirma que os investidores não estão acostumados a buscar informações em bancos que ficam menos expostos.
"É mais difícil o cliente se deslocar até essas instituições. Isso
ocorre inclusive por uma questão
de falta de conhecimento de que
elas existem", diz ele.
De acordo com Moratelli, os investidores deixam de pesquisar
melhores oportunidades em outras instituições porque acreditam ser mais cômodo aplicar onde já mantêm conta corrente.
"O que nem todos sabem é que
é possível manter a conta corrente
no banco no qual você já é cliente
e abrir apenas uma conta de investimento naquela instituição
que escolheu para aplicar suas
economias", explica o consultor.
Há cerca de um ano, o advogado José Álvaro de Moraes, 36, resolveu experimentar trabalhar
com um banco menor. "Estava
insatisfeito com o atendimento
padrão oferecido pelos grandes
bancos de varejo, onde os gerentes costumam ter completa aversão ao risco e acabam recomendando a caderneta de poupança."
Segundo ele, o que mais o surpreendeu ao investir em uma instituição menor foi o atendimento.
"Há mais transparência. Se quero
dados sobre a composição da carteira ou a rentabilidade, consigo
essas informações prontamente
por fax", diz Moraes, ressaltando
que em nenhum momento se
sentiu discriminado por ter feito
apenas a aplicação mínima, que
no caso era R$ 1.000.
Também chamou a sua atenção
a disposição do banco de educar o
investidor sobre o mercado financeiro. "Uma vez por mês alguém
do banco me telefona se oferecendo para esclarecer dúvidas sobre
o cenário macroeconômico, além
de explicar sobre a carteira do
fundo", conta. "Sinto que não sou
simplesmente mais um. Isso faz
diferença", diz.
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