São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2001

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AÇÕES

Em janeiro, dobrou o número de corretoras no sistema; volume de negócios cresceu 70% em relação a dezembro

Crescem operações via "home broker"

ISABEL CAMPOS
EDITORA-ADJUNTA DO FOLHAINVEST

Se os números de janeiro forem um prenúncio do que há por vir, o "home broker", sistema de negociação de ações e opções pela Internet da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), terá um ano de muitos negócios pela frente.
No mês passado, 24 corretoras passaram a integrar o sistema, que já contava com 24 instituições. Além disso, o volume negociado, que patinou durante o ano passado, cresceu 70% em relação a dezembro de 2000 (veja gráfico).
Em janeiro, foram negociados R$ 323,79 milhões pelo "home broker", contra R$ 190,42 milhões em dezembro. Segundo analistas, o crescimento deve-se ao bom desempenho da Bolsa em dezembro, que atraiu os investidores.
As instituições que passaram a integrar o "home broker" foram o Itaú, o BankBoston e a Multibroker - que reúne 22 corretoras e oferece a elas um sistema operacional único. O banco Prosper já está se preparando para entrar.
O sistema do Itaú, batizado de Itaú Trade, é dirigido aos seus correntistas. Segundo Roberto Nishikawa, diretor-presidente da Itaú Corretora, os não-correntistas têm acesso a algumas partes do site, mas, se quiserem fazer operações, precisam acessar a Lineinvest, que é do mesmo grupo.
Com menos de um mês de vida, o Itaú Trade já tem 1.500 clientes. Cada um tem gasto, em média, R$ 3.000 por operação.
Na opinião de Nishikawa, os diferenciais do site são as análises e recomendações de especialistas e a simplicidade do sistema. "As informações são diretas e objetivas, e o investidor pode dar uma ordem de compra ou venda de qualquer parte do site", diz.
O Itaú não estipulou valor mínimo de operação. A corretagem varia de zero a 2%, dependendo do valor envolvido na operação, acrescido de uma taxa fixa. O custo de custódia das ações é de R$ 10,80 ao mês.
Nessa primeira etapa, o BankBoston também optou por oferecer o sistema "home broker" só para os seus correntistas. De acordo com Reinaldo Lacerda, diretor de investimentos da instituição, o valor mínimo de operação é R$ 250, e a corretagem, 1% para transações inferiores a R$ 2.500 e 0,5% para aquelas acima desse valor. Pela custódia, o investidor paga 0,1% ao mês.
"Criamos um site bem diversificado. O investidor consegue ter uma fotografia do mercado, com cotações on line e informações sobre os negócios realizados por todas as corretoras, e tem um histórico completo de sua posição", afirma Lacerda.

"Pool" de corretoras
Já a Multibroker é uma prestadora de serviço que atende 22 corretoras. "Cada uma tem seu próprio site e sua política de preço de corretagem e custódia", explica Joviano Pacheco de Aguirre Filho, gerente-geral da empresa.
Em comum, elas tem apenas o sistema eletrônico que dá acesso ao "home broker". "É uma questão de economia de escala. Em breve, novas instituições devem entrar na Multibroker", diz Aguirre. As corretoras participantes são: Cruzeiro do Sul, DC, Dias de Souza, Escritório Lerosa, Ficsa, Finabank, Intra, Isoldi, Magliano, Multi Stock, Novinvest, Planner, RMC, São Paulo, Schahin, SLW, Solidez, Spinelli, Talarico, Theca, Umuarama e Walpires.
Como diz Cassiano Hissnauer, 29, engenheiro-administrador, operar pelo "home broker" é muito fácil. Difícil é escolher o papel e o momento certo de investir.
Hissnauer opera via "home broker" desde o seu lançamento, em março/99. Cliente do Investshop, ele afirma que até hoje teve um único problema. "Não consegui concluir uma operação por falha na ligação telefônica", conta.
Sua carteira de investimentos é bastante agressiva: ele tem cerca de 80% de suas economias em ações. "Até março, pretendo ter 100% em Bolsa." Sua estratégia tem sido a seguinte: começa a comprar, devagar, a partir do segundo semestre. Em abril e maio, depois de divulgados os balanços do ano anterior, ele vende. Em que ações investe? Isso ele não conta.


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