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DIVERSIFICAÇÃO
Fundos são opção para capturar parte dos ganhos da renda variável sem perder a solidez da renda fixa
Multicarteira rende o dobro do DI e atrai investidor
SANDRA BALBI
EDITORA DO FOLHAINVEST
Se você anda de olho comprido
nos ganhos proporcionados pelos
fundos de ações, que acumulam
rentabilidade de 7,68% este ano,
enquanto seu fundo DI se mantém magrinho, com ganho de
1,38%, saiba que é possível vitaminar suas economias sem grandes sustos, como os proporcionados pelos solavancos da Bolsa na
semana passada.
Os fundos multicarteira estão
rendendo 3,41% neste ano, mais
que o dobro dos ganhos dos DI e
dos renda fixa. Eles são uma opção para diversificar suas aplicações com muito pouco dinheiro.
A partir de R$ 200, é possível investir em um desses fundos e saborear parte dos ganhos oferecidos em mercados de maior risco.
Existem 146 fundos multiportfólio ou multicarteira que investem em papéis de renda fixa e de
renda variável. Os ganhos de suas
carteiras são determinados pelos
juros pagos por títulos públicos e
privados e pelas operações com
ações, títulos cambiais e derivativos (que negociam taxas de juros,
de câmbio e índices de Bolsa no
mercado futuro).
"Eles são o caminho suave para
o pequeno investidor começar a
diversificar suas aplicações com
poucos sustos e arranhões", diz
Orlando Zainaghi Júnior, gerente
de administração de recursos do
Banespa. O fundo Mix Avançado,
administrado pelo banco, rendeu
5% em janeiro e aceita aplicação
mínima de R$ 200.
Esse fundo pode ficar com até
30% do patrimônio aplicado em
Bolsa, o que inclui ações e contratos futuros de Ibovespa negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Estratégia
Por sua versatilidade, os multicarteira vêm atraindo investidores. Neste ano, até o dia 5, haviam
ingressado R$ 95 milhões nos
fundos multicarteira, segundo
dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento). No ano passado, entraram R$
550 milhões nesses fundos. "A demanda deve continuar", diz Marcos Decallis, diretor de investimentos do HSBC Brain.
Segundo Decallis, o produto
também é recomendado para investidores de maior porte mas
que ainda não têm tamanho para
ter uma carteira administrada e
nem se sentem seguros para cuidar sozinhos de aplicações pulverizadas. "Não vale a pena picar os
recursos em vários fundos, pagando várias taxas de administração e ainda a CPMF quando quiser migrar de um fundo em baixa
para outro", diz Decallis.
Os gestores fazem balanceamentos periódicos das carteiras
realocando recursos de ações para outros ativos quando a Bolsa
está em queda. "O investidor não
precisa ficar antenado no mercado, há um profissional para cuidar da realocação dos ativos."
No entanto quem investir num
desses fundos deverá informar-se
sobre o grau de flexibilidade dessas realocações. "Alguns têm uma
diversificação fixa e são de maior
risco", diz Decallis.
É o caso do CCF FAQ Mix Rouge, por exemplo, administrado
pelo HSBC, o FAQ (Fundo de
Aplicação em Quotas, que compra cotas de FIFs) mais rentável
do mês de janeiro, com ganho de
8,34% (leia quadro abaixo).
Segundo Decallis, o Rouge
mantém no mínimo 40% e no
máximo 49% dos seus recursos
aplicados em ações. Alguns produtos são mais dinâmicos, como
o HSBC Limit 50, que pode ficar
com sua carteira zerada em ações
ou aplicar até no máximo 50% na
Bolsa. Ele também faz aplicações
em câmbio. No mês passado, esse
fundo rendeu 6,09%.
Outro cuidado: aplicações em
fundos multicarteira, dizem os
gestores, devem visar ao médio
prazo. "O investidor deve ter disponibilidade para esperar pelo
menos quatro meses pelos resultados", diz Luiz Alberto Cardoso
de Mello, diretor gerente do banco Mercantil Finasa. O Finasa
Renda Mista Plus foi o segundo
FIF (Fundo de Investimento Financeiro) em rentabilidade em janeiro, com ganho de 7%.
Esse fundo aplica 80% dos recursos em papéis de renda fixa
públicos e privados, com taxas de
juro pré e pós fixadas. "Com isso,
diversificamos também a parcela
em renda fixa", diz Mello. Os 20%
restantes estão em ações da carteira do Ibovespa (as mais negociadas e de maior liquidez).
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